Petista lidera em intenções de voto em todos os cenários
testados e vence seus rivais nas simulações de segundo turno
Apesar da queda de popularidade de seu terceiro mandato,
registrada na última pesquisa Genial/Quaest, novos resultados do mesmo
levantamento divulgados na segunda-feira mostram que o presidente Luiz
Inácio Lula da
Silva (PT) se mantém como o nome mais competitivo entre os cotados para a
disputa ao Palácio do Planalto em 2026. O petista lidera em intenções de voto
em todos os cenários testados e vence seus rivais nas simulações de segundo
turno, como antecipou no domingo a coluna de Lauro Jardim no GLOBO.
Em meio à fragmentação da direita, que busca um nome para
substituir o ex-presidente Jair
Bolsonaro (PL), que está inelegível, o cantor Gusttavo
Lima (Sem partido) desponta com o melhor desempenho em eventual
segundo turno contra Lula na comparação com outras lideranças do campo, como os
governadores de São Paulo, Tarcísio
de Freitas (Republicanos), e Minas Gerais, Romeu Zema (Novo),
e o deputado Eduardo
Bolsonaro (PL-SP).
Nos quatro cenários de primeiro turno
testados (veja todos no infográfico) para presidente, as intenções de voto do
petista variam entre 28% e 33%, a depender da composição da disputa. Em um dos
que trazem o maior leque de opções ao eleitor, Lula marca 30%, e é seguido por
Tarcísio, com 13%, Gusttavo Lima, com 12%, e o ex-coach Pablo Marçal (PRTB),
que tem 11%.
Veterano em eleições presidenciais, Ciro Gomes (PDT) marca
9% dos votos no mesmo cenário e fica à frente de Zema e do governador de Goiás,
Ronaldo Caiado (União Brasil), que somam cada um 3%. Intenções de voto em
branco e nulo são 14% e outros 5% se declaram indecisos.
No quadro eleitoral que substitui Tarcísio por Eduardo
Bolsonaro, Lula tem 28% dos votos, e o parlamentar soma 11%. Os demais
candidatos variam dentro ou próximo da margem de erro, de um ponto percentual.
Na disputa de segundo turno, Gusttavo Lima é quem tem a
menor desvantagem contra Lula — o petista aparece à frente do sertanejo, com
41% das intenções de voto a 35%. O sertanejo anunciou, no início do ano, que
pretende se candidatar à Presidência e causou espanto no meio político,
incluindo Bolsonaro, que tem tentado fazer Lima desistir do plano e se lançar
ao Senado. Na segunda-feira, o cantor se disse surpreso com o resultado da
pesquisa:
— Não vamos desistir do Brasil. Nossa história está
começando agora. Vamos com tudo.
Já Tarcísio, Marçal e Eduardo Bolsonaro aparecem com 34% dos
votos cada na simulação de confronto com o atual presidente. O que muda nos
cenários é o resultado do petista, que teria 44% contra o filho de Bolsonaro e
o influenciador digital e somaria 43% em uma possível disputa contra o atual
governador de São Paulo. Já Zema e Caiado somam os menores percentuais. Eles
teriam, respectivamente, 28% e 26% das intenções de voto, contra 45% de Lula.
Oposição desorganizada
Diretor da Quaest e cientista político, Felipe Nunes avalia
que os números mostram que a oposição vai precisar contar com algo a mais do
que os últimos erros do governo Lula, se quiser vencer alguém “com fortes
vínculos populares e a máquina na mão”.
— A oposição tem conseguido vitórias públicas com as suas
críticas, mas continua pouco organizada. Bolsonaro é o único que tem voto para
enfrentar Lula, mas hoje está inelegível. Enquanto isso, vários nomes tentam
ganhar protagonismo, mas a maioria ainda é muito desconhecida nacionalmente —
afirma Nunes.
A pesquisa mostra que nomes como Caiado e Zema atingem altos
índices de desconhecimento no eleitorado. Indicaram não saber quem são os
governadores 68% e 62% dos ouvidos, respectivamente. No caso de Tarcísio, um
terço dos entrevistados disseram não saber quem é o governador do estado mais
populoso do país.
Para os mais conhecidos, o desafio é a rejeição. Gusttavo
Lima não é opção de voto para 50% do eleitorado, patamar semelhante ao da
ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (49%) e próximo ao de Bolsonaro (53%) e
Eduardo Bolsonaro (55%). Os nomes da direita também ficam distantes do
potencial de voto alcançado pelo ex-presidente, que é citado como opção de voto
por 41% dos entrevistados.
Haddad rejeitado
Na outra ponta, também há desafios. O ministro da Fazenda,
Fernando Haddad, marcou numericamente o maior índice de rejeição (56%) em meio
à crise do Pix no mês passado, que levou o governo a recuar de uma norma da
Receita Federal que ampliava a fiscalização em transações financeiras, entre
elas as por meio do Pix. Lula, por sua vez, é rejeitado por 49% dos
entrevistados, enquanto 47% indicam que votariam no atual presidente.
Os novos resultados da pesquisa, que ouviu presencialmente
4,5 mil eleitores entre 23 e 26 de janeiro, indicam ainda que, mesmo aparecendo
como favorito, a distância de Lula para parte dos candidatos testados diminuiu
nas simulações de segundo turno. Em dezembro, o petista também batia Tarcísio,
mas por 52% a 26%. O presidente também aparecia à frente de Marçal com 52%
contra 27%, e o placar contra Caiado era 54% a 20%.
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