segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

VIROU RÉU

Rafaela Gama — Rio de Janeiro, O Globo

Mario Frias vira réu na Justiça Eleitoral por fake news contra Lula pelo uso de boné com sigla 'CPX'

Deputado federal é alvo de denúncia do MP-SP por publicação de notícia falsa relacionada ao uso de adereço pelo presidente durante a campanha de 2022

O deputado federal Mario Frias (PL-SP) se tornou réu em um processo na Justiça Eleitoral de São Paulo ao ser acusado de disseminar notícias falsas contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a campanha de 2022. A ação teve início após uma denúncia oferecida pelo Ministério Público Eleitoral que cita um post feito pelo parlamentar na rede social X. Na ocasião, Frias republicou uma foto de Lula usando o boné com a sigla "CPX" e afirmou que o significado da abreviação seria "parceiro do crime".

O adereço foi usado pelo então candidato durante uma visita ao Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. Segundo o MP, após as imagens de Lula usando o acessório viralizarem nas redes sociais, o deputado bolsonarista fez um post em que comparava o petista e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na época candidato à reeleição.

Na descrição da foto de Lula, Frias afirmou que a sigla usada no boné preto e vermelho seria referente à expressão "cupincha", escrita pelo deputado com "x", e disse que a palavra seria usada por membros de facções criminosas para se referirem a "parceiro crime". Na imagem de Bolsonaro, por sua vez, o ex-presidente aparece usando o mesmo adereço, na cor azul, com a sigla da Polícia Rodoviária Federal.

De acordo com o MP, o deputado teve "a intenção de ligar a figura de Lula a facções criminosas que atuam no município do Rio de Janeiro e, com isso, influenciar os eleitores a não votarem no referido candidato". O órgão público também esclarece que a sigla "CPX" é uma abreviatura da palavra "complexo" e que o boné foi produzido por moradores da região do Complexo do Alemão, sendo doado ao petista na ocasião.

A denúncia foi aceita pela juíza Cecília Pinheiro da Fonseca, da 6.ª Zona Eleitoral de São Paulo, na última terça-feira. Procurado pelo GLOBO, o deputado afirmou que deve se pronunciar sobre o caso nos autos do processo.

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