A Tardezinha não é apenas um evento. É uma plataforma
onde o entretenimento não é fim, mas ponto de partida
A Tardezinha não é apenas um evento. É um fenômeno que faz
do samba um vetor de futuro. Nascida no improviso caloroso das tardes cariocas,
chegou a 2025 celebrando dez anos com alma de festival, fôlego de multinacional
e coração de roda de amigos. Se antes era domingo de sol e cerveja gelada, hoje
é estratégia, inclusão e legado. Uma plataforma onde o entretenimento não é
fim, mas ponto de partida.
Nesta edição histórica, Thiaguinho, Rafael
Zulu e Rafael Liporace não apenas organizaram uma turnê — eles
montaram um ecossistema. São 26 cidades, com expansão internacional inédita:
Angola, Austrália, Estados Unidos e Portugal. A roda
de samba que rodou o Brasil agora gira o mundo, com propósito, afeto e
planejamento. E, mais do que aplauso, leva impacto.
Porque a Tardezinha não estacionou no sucesso. Evoluiu.
Sob o selo de um ESG com batida
própria, a festa vai além da música. Com a Central Única das Favelas, nasce a
Escola de Música da Tardezinha no Complexo da Penha, Zona Norte do Rio. Com a
Estácio, cursos profissionalizantes e MBAs conectam o bastidor da vida ao palco
da formação. A Tardezinha Social arrecada mais de 150 toneladas de alimentos
com a Ação da Cidadania. E a Tardezinha Segura, em parceria com o coletivo Nós
Seguras, combate o assédio com ação, não com discurso.
Mas há outra revolução silenciosa: a migração para os
estádios. Foi decisão tática — e política. O Engenhão, o Mineirão, a Fonte Nova
não são só monumentos esportivos; são arenas populares. Ampliar capacidade
significa derrubar muros simbólicos e físicos. O ingresso, que já foi
privilégio de poucos, agora cabe no bolso de muitos. O tíquete médio caiu, mas
o valor percebido explodiu. Mais gente, mais festa, mais democracia. E o
mercado percebeu.
Itaipava e Bradesco são patrocinadores master. Burger King,
Coca-Cola, LG, Uber,
Beefeater, Mike’s, Nivea Sun, entre outros, montaram ativações próprias. A
Tardezinha se transformou em vitrine de branding — e também virou produto. A
Tardezinha Travel, agência de viagens feita em parceria com a Zupper, oferece
pacotes com hospedagem, passagem e experiência. A economia criativa canta
junto. É o Brasil que deu certo, sem pedir licença.
A mistura de cultura, negócio e causa virou modelo. A
Tardezinha não é mais sazonal. Prolonga-se o ano inteiro. Espalha-se como quem
ocupa. E se eterniza — porque mora num lugar onde política pública não chega,
mas a música entra: o coração das pessoas.
Ela canta a vida como ela é. Com suor, cerveja, sorriso,
afeto, estratégia. E com um recado forte: o samba também pode ser um plano de
futuro.


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