Gilmar blinda Supremo, Toffoli tranca o Master e CPMI
não ouvirá Lulinha
Houve um tempo em que o poder de uma pessoa podia ser medido
pela sua capacidade de abrir portas. Hoje, mede-se também pela sua capacidade
de fechá-las. Depois da demolição da Lava-Jato esse movimento era previsível,
numa escala menor.
1 - Gilmar blinda o Supremo:
Num espaço de poucos dias, o ministro Gilmar Mendes passou a
tranca no direito dos cidadãos de abrir processos de impedimento de juízes do
Supremo Tribunal Federal. De agora em diante, só quem pode fazer isso é o
procurador-geral da República.
Pode parecer que o ministro queira blindar o tribunal diante
da possibilidade de a oposição conseguir no que vem o número de senadores
capazes de impedir os ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino. Parece e é
isso mesmo.
Voando mais baixo, o ministro Dias Toffoli determinou que
qualquer processo ou investigação referente ao banco Master, passe ao seu
gabinete. O banco de Daniel Vorcaro produziu ligações perigosas e um rombo de
R$ 12 bilhões.
A defesa dos diretores do Master pedia a suspensão ampla,
geral e irrestrita das investigações, não foi atendida, mas no mesmo dia a
Polícia Federal congelou seu trabalho. O processo do Master passou a tramitar
sob sigilo.
3 - A CPI não ouvirá Lulinha:
Na quinta-feira, a CPI do roubo contra aposentados, derrubou
por 19 votos contra 12 o pedido de convocação de Fábio Luís Lula da Silva, o
Lulinha. Horas antes, a repórter Mariana Hubert havia revelado que Edson Claro,
ex-funcionário do Careca do INSS, contou à CPI que Lulinha recebeu do finório
cerca de R$ 25 milhões, com mesadas de R$ 300 mil para alavancar licitações no
Ministério da Saúde. Quem conhece os escurinhos de Brasília estranha essas
cifras. É muito dinheiro.
Lulinha vive hoje na Espanha e padece por sua filiação, mas
uma CPI que já blindou Frei Chico, ou José Ferreira da Silva, irmão mais velho
de Lula, foi rápida ao fechar a porta. Frei Chico é diretor e vice-presidente
do Sindicato Nacional dos Aposentados.
Em 2020 o Sindinapi recebeu do governo R$ 23,3 milhões por
conta de cobranças feitas a aposentados. Em 2024 os repasses para o Sindinapi
subiram para R$ 154,7 milhões. Em abril passado, quando roubalheira das
entidades foi exposta, Frei Chico disse que esperava a apuração de “toda a
sacanagem que tem” no INSS. A CPI decidiu não convocá-lo.
O troco do Congresso
Hoje, o troco que o Congresso dará ao governo e ao Supremo
Tribunal será o seguinte: será aprovada uma emenda Constitucional elevando de
11 para 13 o número de ministros do tribunal. As duas novas cadeiras serão
preenchidas por indicados pelo Senado e pela Câmara.
Na primeira escolha, o Senado indicará o ex-presidente
Rodrigo Pacheco. Um tapa de luva em Lula, que o preteriu. A Câmara poderá
indicar o deputado Marcos Pereira, presidente do Republicanos. Dois
mineiros.Para quem quer soprar as brasas de uma crise institucional, é uma
ótima ideia.
Cama de gato
Alguns senadores esperavam receber a indicação de Jorge
Messias para derrubá la com 54 votos. 54 é o número de senadores necessários
para impedir um ministro do Supremo. Isso explicaria a pressa de Gilmar Mendes
para entregar ao procurador-geral a prerrogativa de abrir o processo.
Se os computadores falarem...
O ministro Dias Toffoli determinou que a Polícia Federal
entre nos computadores da 13ª Vara Federal de Curitiba, onde morou a falecida
Operação Lava-Jato. Em tese, a PF deverá buscar dados relacionados a uma
denúncia do ex-deputado estadual Tony Garcia contra o então juiz Sergio Moro.
Na prática, a PF poderá reabrir o baú das mensagens e
diálogos de Moro e dos procuradores que tocaram a Lava Jato. A caixa amarela,
provavelmente de Moro, com informações sobre os outros seria apenas o início
Os Bolsonaro
É natural que haja diversas correntes de opinião num partido
e que existam malquerenças numa mesma família, mas os Bolsonaro são um ponto
fora da curva. O senador Flávio disputa com o deputado Eduardo e ambos não se
entendem com a madrasta Michelle que, por sua vez, não se entendia com o
vereador Jair Renan. Tudo isso, em público.
Lula com Trump
A proposta feita por Lula ao presidente Donald Trump para
que Brasil e Estados Unidos cooperem no combate ao crime organizado, conteve
uma pílula envenenada. O mercado americano lucra vendendo armas ao crime e
ajudando na lavagem de dinheiro. Trump não quer se meter nisso.
A tática de juntar no combate ao crime as vendas de armas
americanas foi inaugurada há mais de um ano pela presidente mexicana Claudia
Sheinbaum. Deu certo, e Trump passou a elogiá-la.
Gilmar e Alcolumbre
Ao blindar os ministros do Supremo, Gilmar Mendes tirou das
cordas o presidente do Senado, Davi Alcolumbre. O senador faz milagres com
indicações para cargos do Judiciário. Um conhecedor da vida de Brasília
garante: pelo menos dois ministros do Supremo foram salvos pelo gongo do
Planalto. Um caiu na Comissão; o outro, no plenário.
PT de salto alto
Um conhecedor de governos e de Brasília informa:
“A turma de Lula está surpreendendo pela autossuficiência.
Parecem bonecos falantes. Repetem os mesmos argumentos que ouviram no Palácio,
com a pose de um senador romano e a inteligência de Primo Carnera.
A mistura do senador romano com a inteligência de Carnera
(1906-1967), um boxeador idiota, foi coisa do jornalista Nertan Macedo
(1929-1989). O salto alto ia bem com os tucanos, os petistas, ficam
desengonçados.
A mala de Bacellar
O presidente da Assembleia Legislativa do Rio, Rodrigo
Bacellar, foi à sede da Polícia Federal tendo R$ 90 mil em dinheiro vivo no
automóvel. Por outros motivos, acabou preso.
Trump e o Nobel
Donald Trump ainda não se conformou porque não lhe deram o
Prêmio Nobel da Paz. Ele diz que acabou com sete guerras em sete meses, o que é
mais uma trumpada, mas o Nobel foi dado a Barack Obama em 2009 sem ele ter
acabado com guerra nenhuma.
Landau disse tudo
A economista Elena Landau disse tudo a respeito do rombo dos
Correios: a empresa chegou ao fundo do poço, acumulando prejuízos acima de R$
13 bilhões em apenas três anos. Os responsáveis por esse desastre? Ninguém
sabe, ninguém viu.
Lula e o andar de baixo
Em dois anos do governo de Lula 3.0, 8,6 milhões de pessoas
deixaram a faixa da pobreza. Essa é a melhor marca desde o início da séria
histórica. Conseguiu isso com uma taxa da Selic de 15%. Para os juros. Pelo
visto, 2026 será um bom ano para Lula e seus aliados.


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