Da coluna do Ricardo Setti, Veja
Viva o dinheiro público! O deputado Vicentinho (SP), atual
líder do PT na Câmara dos Deputados, resolveu pagar promessa ao pai já
falecido, Francisco Germano da Silva, e fazer jogging às margens da rodovia
BR-226, ao longo dos 28 quilômetros que separam Currais Novos e Acari, em seu
Rio Grande do Norte Natal.
Vicentinho se orgulha de sua origem modesta, de ter começado
do zero — foi vendedor de pães, trabalhador rural, operário de picareta na mão
e lavador de carros, mas chegou, como operário qualificado, a presidente do
Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e da CUT, tornou-se deputado federal e
estudou até formar-se em Direito.
Contudo, o vírus do poder, pelo jeito, contaminou
Vicentinho. Para essa mera corrida, agora que é líder do PT na Câmara dos
Deputados, havia, para sua segurança pessoal, duas viaturas da Polícia
Rodoviária Federal e outra, da Polícia Militar potiguar.
Sendo honeste com os leitores, não consegui apurar se
Vicentinho SOLICITOU a escolta, ou se ela lhe foi concedida por alguma
autoridade federal (no caso da Polícia Rodoviária) ou estadual (no da Polícia
Militar).
Mas, vejam só:
1. É O FIM DA PICADA se Vicentinho houver SOLICITADO a
escolta. Santo Deus, quem ele pensa que é? O papa? E tem medo do quê?
1. É O FIM DA PICADA, embora menos grave, se Vicentinho,
mesmo sem haver solicitado, TENHA ACEITO a escolta. Escolta pra quê? Medo de
quem? Para proteger alguém correndo no acostamento de uma rodovia? Milhares de
brasileiros comuns fazem isso, tomando cuidado para não perturbar o trânsito e
para não sofrer acidentes.
Se este for o caso, por que Vicentinho acha que é diferente
dos outros?
O deputado, segundo seu perfil oficial na Câmara, nasceu em
Santa Cruz, cidade próxima a Acari, onde viveu parte de sua juventude.
Do Blog: Essa promessa
paga pelo deputado Vicentinho (PT-SP), fez lembrar de outro pagador de
promessa, o então prefeito de Murici (AL), Renan Filho, em setembro de 2007, após
saber da absolvição de seu pai, o senador Renan Calheiros, foi a Juazeiro do Norte (CE) para pagar promessa
e agradecer ao Padre Cícero. Para os cearenses, "Padim Ciço".
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