O prefeito de Nova Olinda, Ronaldo Sampaio (PDT), foi
encontrado morto no início da tarde desta quarta-feira, 27, nas proximidades do
Sítio Zabelê, trecho da CE-292 entre o município e o Crato. Afastado do cargo
desde junho deste ano, Ronaldo estava desaparecido desde as 9h desta quarta.
A informação foi confirmada pelo comandante do 2º Batalhão
da Polícia Militar em Juazeiro do Norte, Tenente Coronel Paulo Herman
Fernandes. Segundo ele, diversas viaturas e um helicóptero da Polícia Ambiental
procuravam o prefeito desde o início da manhã. Buscas eram auxiliadas pelo
Corpo de Bombeiros.
De acordo com o relato, Ronaldo Sampaio se dirigia ao Crato
na manhã desta quarta, acompanhado por sua chefe de gabinete. Na altura do
sítio Zabelê, ele parou o veículo no acostamento, sob a justificativa de que
iria urinar. Depois, o prefeito saiu em direção da mata da Floresta Nacional do
Araripe, onde desapareceu. Após esperar por quase uma hora, a assessora ainda
tentou localizar Ronaldo, sem sucesso, recorrendo então à Polícia.
Investigações
A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará
(SSPDS-CE) também confirmou a morte do prefeito Ronaldo Sampaio. A pasta afirma
que a área onde o corpo foi encontrada já foi isolada e que equipes da Polícia
Civil e da Polícia Forense já se encaminham à região para iniciar investigações
do caso.
Segundo a SSPDS, trabalhos de busca começaram por volta do
meio-dia, sendo a morte de Sampaio confirmada às 14h45min. O prefeito era pai
de três filhas, estando sua namorada grávida.
Prefeito afastado
Ronaldo Sampaio estava afastado do cargo pela Câmara de Nova
Olinda desde 20 de junho deste ano, em meio a um impasse sobre seu mandato. O
prefeito era acusado pelo Ministério Público do Estado (MP-CE) de ter
contratado irregularmente entre 2014 e 2015 a psicóloga Viviane Chaves dos
Santos, que seria uma "funcionária fantasma" da gestão.
Namorada do prefeito à época, Viviane teria recebido salário
da Prefeitura mesmo sem ter prestado serviços no município. Mesmo sem contrato
formal, conforme a acusação do MP, ela tinha carga horário de 20 horas semanais
e, no total, teria recebido R$30.000 por serviço não prestado.
Em maio deste ano, a Justiça do Ceará decretou o afastamento
do prefeito sob suspeita de que ele poderia estar tentando atrapalhar as
investigações. Ele retornou ao cargo em 17 de junho, por decisão da presidente
do Tribunal de Justiça do Ceará, Iracema do Vale. Três dias depois, no entanto,
a Câmara determinou novo afastamento.
Desde então, tomou posse o vice-prefeito Elízio Manoel
(PMDB). Conhecido como "Cabeludo", o vice rompeu politicamente com o
prefeito no início da gestão. (colaboraram Lucas Mota e Amaury Alencar)
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