A Polícia Federal sob o governo de Jair Bolsonaro avança
cada vez mais nas investigações do esquema de desvio de verba pública por
candidatas laranjas do PSL, partido do próprio presidente.
O inquérito foi aberto após esta Folha, em uma apuração
realizada pelos repórteres Ranier Bragon e Camila Mattoso, revelar que mulheres
foram usadas pelo PSL em Minas para burlar a regra que destina 30% de recursos
para uma cota feminina nas eleições.
E quem dirigia o PSL local na época? O ministro do Turismo,
Marcelo Álvaro Antônio, deputado eleito. Empresas ligadas a assessores dele
receberam recursos das chapas. Uma candidata acusou o ministro de participação
na falcatrua.
A deputada Alê Silva, também eleita pelo PSL de Minas,
afirma ter sido ameaçada de morte por Álvaro Antônio pelo fato de ela ter
contribuído na descoberta do escândalo que envolve a sigla do presidente.
O que fez Bolsonaro até agora? Prometeu tomar uma decisão
quando acabar a investigação policial. Curiosamente, o presidente teve dois
encontros privados com o ministro do Turismo nas duas últimas semanas.
Trocaram figurinhas sobre o laranjal do PSL? Bolsonaro
repassou ao seu ministro algum tipo de informação sigilosa que tem recebido de
seus subordinados? Ou as duas reuniões oficiais no gabinete do Palácio do
Planalto serviram para o presidente e o ministro discutirem estratégias de
combate ao turismo gay no país? O que de fato a dupla tem conversado tanto
reservadamente?
Nas buscas feitas há uma semana, a PF não encontrou
evidências de que as gráficas citadas pelas candidatas laranjas à Justiça
prestaram o serviço pago com verba pública eleitoral.
De nanico a força na Câmara catapultada pela onda
bolsonarista, o PSL é uma balbúrdia (palavra da moda) política. É suspeito de
desviar dinheiro de campanha, tem um ministro inexpressivo e enrolado até o
pescoço e pouco contribui para o sucesso da agenda governista no Congresso. Um
fiasco até aqui.
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