Os Estados Unidos estavam em primeiro lugar no índice global
de segurança sanitária: ricos e bem equipados.
No entanto, o país está sofrendo com o corona vírus que já
terá afetado a esta altura umas 25O mil pessoas, apesar dos números oficiais.
No Brasil, contávamos apenas com a suposição de que o corona
vírus teria uma vida mais curta numa temperatura mais quente. Não tínhamos
condições de testar em massa, só nos restava contar os doentes na medida em que
se internavam nos hospitais.
Apesar do nosso sistema de saúde pública, as condições de
vida de são precárias, sobretudo nas grandes cidades. Em qualquer circunstância
iríamos sofrer muito.
Por ironia da história, não tínhamos aqui uma estadista
vinda do mundo científico, como Angela Merkel. Pelo contrário, Jair Bolsonaro
desconfia da ciência e está cercado de terraplanistas. Será incapaz de
coordenar um esforço nacional.
Irônica, para não dizer trágica, é a situação do Ministro da
Economia, Paulo Guedes. Todo sua carreira foi voltada para realizar uma
política liberal. Ele trabalhou com o tema no Chile de Pinochet e escreveu
inúmeros artigos sobre a ineficácia estatal e a necessidade de modernizer nossa
economia.
O drama do corona vírus pede uma forte intervenção estatal
na economia, gigantescas políticas assistenciais, deficits astronômicos.
Paulo Guedes não sabe fazer isso Seria o mesmo que pedir a
um jogador de tênis para entrar e decidir uma partida de futebol
Bolsonaro vê a ciência com os óculos da luta cultural. Se os
adversários insistem na gravidade da pandemia é preciso adotar a posição
oposta. Mesmo porque, segundo ele, os adversários jamais cuidariam desse tema
por uma genuina preocupacão com vidas humanas. Certamente querem apenas
derrubá-lo ou no mínimo impedir que se reeleja em 2022.
O resultado da ignorância de Bolsonaro é a inexistência de
uma coordenação nacional, o que torna a pandemia mais perigosa em termos de
perdas humanas.
A inapetência de Guedes para realizar uma política que
sempre combateu e agora se tornou urgente e compulsória só faz atrasar a
mitigacão dos efeitos econômicos e com isso aumentar as perdas materiais.
Esse é o nosso quadro, uma posição singular entre os países
que no momento enfrentam a pandemia.
O número de pessoas contaminadas é apenas uma variável. A
outra é o índice de mortalidade entre os atingidos pelo corona vírus.
Os países vencedores, nesse caso, seriam a Alemanha, Coréia
do Sul e todos os que mantiverem o baixo índice de mortalidade.
E os perdedores ainda não foram todos alinhados. Sem dúvida,
Itália, Espanha já ocupam um lugar importante nessa lista.
Somos um forte candidato
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