Duas notícias me chamaram a atenção hoje no mundo. Na
verdade, foram muito mais. Essas duas, no entanto, merecem registro.
O Reino Unido decidiu recontar seus mortos, incluindo os
idosos que estavam em instituições. O número total subiu para 26 mil.
Outro dia foi a China que também decidiu recontar seus
mortos. O número anterior de 3340 mortos era inferior em 40 por cento ao número
real que é de 5240.
Minha conclusão inicial é a de que sempre que os governos
recontam os mortos,o número sobe. Temo que isso aconteça no Brasil, onde o
número já ultrapassou o da China. Isto o número que o governo brasileiro
admite, ultrapassou o número que o governo chinês divulga. Pode ser que dada às
subnotificações tanto aqui quanto lá, estejamos trabalhando apenas com algumas
hipóteses.
Um remédio está ganhando força nos EUA no combate ao
coronavírus. Já o mencionei em alguns artigos: o Redemsevir. É produzido pela
Gilead que espera faturar com ele US$ 2 bilhões.
O remédio foi usado na China e os americanos afirmam que os
chineses depois disso copiaram sua fórmula.
É um antiviral mas não pode ser considerado uma bala de
prata. Lembram da cloroquina? Quase não se fala mais. Mas continua sendo usada
.
No Brasil tem essa novela política e más notícias no
horizonte. Rio, São Paulo, Fortaleza e Manaus ainda estão com um número
crescente de casos e muito perto de um colapso no sistema de saúde.
Depois de algum tempo, o isolamento social como política vai
se tornando difícil. De um lado, existe a oposição de Bolsonaro que continua
estimulando a volta às atividades, independente das consequências.
O debate fica muito estreito quando se propõe apenas o
isolamento. Seria preciso usar os 10 bilhões que o governo destina agora à luta
contra o virus, para enriquecer a política.
Existem alguns exemplos: Niteroi criou um espaço para
quarentena destinado a pessoas que não podem fazê-la em suas casas. Brasilia
alugou hotéis para os idosos.
É preciso também um planejamento para a retomada. Na
Alemanha até o espaço escolar foi redesenhado, já há projetos para casas de
espetáculos, restaurantes e as próprias empresas terão de se repaginar.
É preciso, dentro do próprio isolamento, mostrar políticas
que apontam para um novo momento, indicando que não existirá para sempre.
Há outro debate sobre o futuro, sobre a reorganização
econômica das cidades. Tenho lido algo sobre Amsterdã. Voltarei a esse tema. O
princípio geral da revisão é constatar que produzimos pouco coisas que
precisamos e muito coisas que são inúteis, gastamos muito dinheiro para
impressionar pessoas que não conhecemos e não têm importância para nós.
Olhando para trás por exemplo, as Olimpíadas no Rio e a Copa
do Mundo foram um exemplo dessa distorção. Hoje, alguns estádios viraram
hospitais de campanha.
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