O Ministério da Saúde adverte: em caso de dúvidas, evite
consultar o ministro da Saúde. Há duas semanas no cargo, Nelson Teich parece
não saber onde estamos e aonde vamos na pandemia do coronavírus. Ele reforçou
essa impressão nesta quarta, no primeiro encontro público com parlamentares.
Em videoconferência, Teich falou muito e disse pouco. Ele
driblou as perguntas dos senadores, desconversou sobre a importância das
medidas de isolamento e abusou das evasivas para não contrariar o chefe. Só foi
assertivo ao reconhecer que não tem ideia de quantos brasileiros estão
contaminados.
“Os testes que a gente faz não permitem saber exatamente
essa realidade. Sem esse conhecimento, literalmente se está navegando às cegas.
Essa é a grande verdade”, admitiu. Teich também saiu pela tangente ao ser
questionado sobre a evolução da epidemia. “Quando é que vai ser o pico? Não sei
e ninguém sabe”, disse.
Pressionado a esclarecer se a população deve ou não
permanecer em casa, o ministro andou em círculos para não responder. “Você
simplesmente perguntar se fica em casa ou se não fica em casa é simples demais.
É uma resposta simplista para um problema que é extremamente heterogêneo”,
embromou.
A conversa mole irritou senadores de diversos partidos.
“Estou tremendamente frustrado em relação às respostas”, protestou Tasso
Jereissati (PSDB-CE). “O distanciamento social caiu dramaticamente no país. Não
há momento para indecisão”, emendou. “Eu estou impressionado, mas é
negativamente impressionado”, criticou Alessandro Vieira (Cidadania-SE). “Ele
não tem resposta para nada”, resumiu mais tarde o ex-ministro Humberto Costa
(PT-PE).
A senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP) perdeu a paciência e
acusou Teich de ser “muito leniente”. “O senhor tem que mostrar pulso firme. O
senhor vai acabar com sua biografia”, advertiu. Atônito, ele disse que o
ministério “nunca se posicionou para a saída do distanciamento”. Mesmo assim,
não pediu à população que evite se expor à pandemia.
Ao ser instado a comentar as falas ofensivas do pandemônio,
o ministro voltou a enrolar. “Não vou discutir aqui o comportamento, mas posso
dizer que ele está preocupado com as pessoas”, afirmou.
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Ao assumir o Ministério da Justiça, André Mendonça se apresentou como um “servo”, chamou Jair Bolsonaro de “profeta” e prestou continência diante das câmeras.
Ao assumir o Ministério da Justiça, André Mendonça se apresentou como um “servo”, chamou Jair Bolsonaro de “profeta” e prestou continência diante das câmeras.
É assim que o capitão gosta.
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