Dia cheio. Nada de surpreendente. Caiu Regina Duarte. Desde
o princípio disse que Bolsonaro não a demitiu, porque esperava uma chance. Ele
precisa constantemente alimentar os seus leões ideológicos, sua ala
radical.
A visão cultural de um governo extremado é de fazer a
guerra. Lembra-me um oficial do exército de Franco, na Espanha. Quando falam em
cultura, saco minha arma-dizia ele.
Os extremos, no fundo, negam a cultura. Querem que seja
apenas a extensão da propaganda partidária. O secretário que caiu, Roberto
Bonfim inspirava-se em Goebbels, que era um grande propagandista de Hitler.
O homem escolhido para a Funart demonizava o rock e dizia
que o gênero leva ao aborto e ao satanismo.
O presidente da Fundação Palmares acha que a escravidão
trouxe benefícios para os negros.
Enquanto isso, o governo dá as costas para o setor cultural
atingido pela pandemia, sem compreender sua importância econômica.
Regina até que tentou agradar os radicais, numa entrevista,
cantando música da ditadura, relativizando os mortos na pandemia,
atenuando o impacto da tortura. Nem isso a legitimou diante deles.
Bolsonaro vive um momento especial. Negocia com o Centrão e
oferece cargos que administram fortunas. Conhecemos essa história. Sempre
termina em escândalos..
Diz a imprensa que o próximo a cair é o Ministro da Ciência,
o astronauta Marcos Pontes. Ele foi ao espaço e sabe, por experiência própria,
que a terra não é plana.
Não creio que no seu lugar virá um terraplanista mas sim um
político do novo esquema de sustentação de Bolsonaro.
Os chineses anunciaram hoje um remédio para o coronavírus.
Trata-se de anticorpo que reduz a carga viral e ainda imuniza por algum tempo.
Creio que a base é o plasma de pessoas que já foram contaminadas.
Não estou seguro de quanto o remédio depende dessa matéria
prima ou pode ser sintetizado no laboratório sem ela. De qualquer forma, países
como o Brasil, já tem um contingente considerável de pessoas com anticorpos.
Há muitas lives acontecendo. Participo pouco porque não
tenho tempo. Ainda assim, sempre que posso tento cooperar. Preciso de mais
estudo, não dá para trabalhar e fazer lives. Ainda assim participei de
uma conversa interessante com o grupo do Porto Digital de Recife sobre
possiveis alterações no consumo; outra com Eduardo Paes sobre o Rio e sua crise
profunda; uma, já mencionada aqui, com o embaixador Marcos Azambuja sobre a
tempestade perfeita que se abateu sobre nosso país.
Ainda encontrei tempo para comentar um debate de três
mulheres que estão na linha de frente na luta contra o Covid, a reitora da
UFRJ, a presidente daa Fiocruz e a secretária de planejamento de São Paulo.
Os dias passam rápidos e quase nem tenho tempo de escrever
esse diário. Às vezes, saem erros e os leitores já me chamaram a atenção. Vou
dedicar um pouco mais à revisão.
Pretendo escrever um pouco sobre como eram animados os
tempos em que lutávamos contra a ditadura, assembléias, marchas, reuniões, e
como são esquisitos os dias de hoje.
Até parece que morremos todos e nos encontramos nesse centro
espírita que é a rede. Nossos espiritos pixelizados baixam, trocam ideias e
desaparecem no éter.
Até a próxima sessão.
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