quinta-feira, 21 de maio de 2020

MORRE MARIÂNGELA DUARTE

Do G1, Santos

A ex-deputada federal e ex-vereadora de Santos, no litoral de São Paulo, Mariângela Duarte, morreu aos 74 anos nesta quinta-feira (21). Ela lutava contra um câncer e faleceu em sua residência, em Santos.

Mariângela foi professora universitária e teve extenso contato com a cultura, incluindo música, artes plásticas e história da arte. Na política, foi membro do Diretório Municipal do PT em 1989, da executiva do partido de 1989 a 1994, entre outras funções dentro do partido.

Foi vereadora de Santos por dois mandatos (1988-94), deputada estadual também por duas vezes (1994-2002) e federal eleita para o mandato em 2003. Ao fim de seu mandato, em 2007, ela se filiou ao PSB.

No âmbito educacional da região, foi fundamental para diversas conquistas importantes. Mariângela trouxe a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) para Santos e foi decisiva para a instalação do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, em Cubatão, onde foi patrona da primeira turma de formandos.

Ainda não há definição sobre velório ou local de sepultamento.

Repercussão

Após a morte da ex-parlamentar, políticos da região se manifestaram por meio de vídeos e prestaram homenagens. A deputada federal Rosana Valle (PSB-SP) disse estar muito abalada com a partida de Mariângela e relembrou sua luta pelas causas sociais na Baixada Santista.

“Ela lutou como ninguém pela educação e pelas outras boas causas da nossa região. Mariângela foi uma das principais incentivadoras da minha entrada na política. Lembro como ela vibrou na minha posse. Aprendi muito com ela e com a filha dela, Ana Luisa, que hoje trabalha comigo. Todos nós perdemos com a morte da Mariângela. Tenho certeza que o legado que ela deixou vai estar sempre conosco, inspirando mulheres e homens que buscam a justiça social e um mundo melhor. Mariângela, obrigada por tudo”, disse Rosana.

A vereadora de Santos Thelma de Souza (PT) destacou o amor da amiga pela literatura, e falou, emocionada, sobre a política combativa e representativa da ex-deputada federal.

“Ela sempre foi uma guerreira. Impulsiva, combativa. Seu amor pela literatura, ela era professora de literatura na universidade, também era algo incomum. Sempre nos citava autores de peso e com substância. Era muito fã de Adélia Prado e sempre nos lembrava de uma frase que a poeta diz em uma de suas obras: 'Mulher é desdobrável'. Eu, ela e Maria Lúcia Prandi éramos um trio de mulheres em um momento em que era difícil a presença da mulher em espaços de decisão, especialmente na política, como ainda é hoje. É por isso que eu estou aqui, para mandar um grande abraço à amiga, à família. Para reverenciá-la. Poucas são como ela”, finaliza Thelma.

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