Diário da Crise CXIV
Belo domingo no Rio. Pela primeira vez voltei a nadar.
A piscina está com novas regras. Uma raia por pessoa, cada
um tem direito de usá-la por 30 minutos.
Nem precisava de tanto. Na primeira vez, sonhava apenas com
um mergulho e boiar com os braços abertos olhando o céu.
É o momento em que me sinto absolutamente leve, talvez se
sintam assim os sábios que meditam em terra firme.
Seguem entrevistas e advertências dos grupos econômicos
brasileiros sobre os prejuízos da política ambiental de Bolsonaro. É uma
política indefensável Só mesmo os fanáticos podem aprová-la.
Estamos perdendo prestígio, dinheiro e nos tornando, como
disse Pérsio Árida, hoje no Estadão, uma espécie de pária do investimentos
internacional.
Na sexta publiquei um longo artigo no próprio Estadão sobre
o tema. A defesa da floresta não é um tema de comunistas, como pensam alguns. É
algo que unifica hoje os grandes grupos econômicos internacionais.
É difícil Bolsonaro ceder. Ele acha que as pessoas não
entendem o Brasil, que aqui vai tudo muito bem e o país protege a floresta de
forma exemplar.
No entanto, os números estão aí e são colhidos por
satélites. A floresta em pé é uma fonte de renda importante. Alemanha e Noruega
sempre estiveram interessadas em pagar por isso.
Mas o governo se rebelou contra o o Fundo Amazônia inclusive
criticando acidamente os dois países.
Mourão agora fala em reatar. É possível. O difícil é
convencer os países e investidores sem ações concretas e eficazes.
No futuro, a política ambiental de Bolsonaro talvez apareça como um dos grandes desastres do período, só comparável com a atitude negacionista diante de uma epidemia que até agora nos levou 70 mil vidas.
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