domingo, 12 de julho de 2020

DIÁRIO DA CRISE

Do Blog do Gabeira

Diário da Crise CXIV

Belo domingo no Rio. Pela primeira vez voltei a nadar.

A piscina está com novas regras. Uma raia por pessoa, cada um tem direito de usá-la por 30 minutos.

Nem precisava de tanto. Na primeira vez, sonhava apenas com um mergulho e boiar com os braços abertos olhando o céu.

É o momento em que me sinto absolutamente leve, talvez se sintam assim os sábios que meditam em terra firme.

Seguem entrevistas e advertências dos grupos econômicos brasileiros sobre os prejuízos da política ambiental de Bolsonaro. É uma política indefensável Só mesmo os fanáticos podem aprová-la.

Estamos perdendo prestígio, dinheiro e nos tornando, como disse Pérsio Árida, hoje no Estadão, uma espécie de pária do investimentos internacional.

Na sexta publiquei um longo artigo no próprio Estadão sobre o tema. A defesa da floresta não é um tema de comunistas, como pensam alguns. É algo que unifica hoje os grandes grupos econômicos internacionais.

É difícil Bolsonaro ceder. Ele acha que as pessoas não entendem o Brasil, que aqui vai tudo muito bem e o país protege a floresta de forma exemplar.

No entanto, os números estão aí e são colhidos por satélites. A floresta em pé é uma fonte de renda importante. Alemanha e Noruega sempre estiveram interessadas em pagar por isso.

Mas o governo se rebelou contra o o Fundo Amazônia inclusive criticando acidamente os dois países.

Mourão agora fala em reatar. É possível. O difícil é convencer os países e investidores sem ações concretas e eficazes.

No futuro, a política ambiental de Bolsonaro talvez apareça como um dos grandes desastres do período, só comparável com a atitude negacionista diante de uma epidemia que até agora nos levou 70 mil vidas.

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