quarta-feira, 22 de julho de 2020

DIÁRIO DA CRISE

Do Blog do Gabeira

DIÁRIO DA CRISE CXXIV

Só se fala hoje na reforma tributária. Ou melhor, fala-se no projeto do governo de reforma tibutária.

Tenho de estudar o assunto. Leio críticas ao texto de Guedes. Mas existem outros projetos. Talvez valha a pena esperar o final.

Desde agora vejo alguns desequilíbrios. Diz-se que no Brasil, os pobres pagam os impostos de bens e serviços (arroz, feijão, transporte) e que isto alcança cerca de 45 por cento da carga tributária. Por seu lado, os mais ricos pagam imposto de renda, propriedade, dividendos e isto resulta em 55 por cento da carta tributária.

Alguns criticos dizem que nos EUA os bens e servicos não chegam a 20 por cento da carga tributária enquanto os que incidem sobre os ricos representam uma carga de 80 por cento.

Ouço alguns deputados reclamando que o texto de Guedes poupa os bancos, as grandes fortunas. Na verdade, se for assim é um texto de antes da pandemia, embora Guedes diga que seu objetivo é atender também às necessidades de 35 milhões de invisíveis.

Ele deve argumentar com a Renda Brasil para tentar emplacar uma nova CPMF, agora sobre as transações eletrônicas que cresceram 70 por cento durante a pandemia.

Ele argumenta que os ricos pagarão mais porque fazem mais transacões. Mas a verdade é que lucram mais também no processo.

Vou acompanhando com calma e vou tentar examinar experiências de outros países quando surgir o texto final.

Bolsonaro fez um terceiro exame, deu positivo. Há gente que não consegue se desvencilhar do vírus depois de 30 dias.

Os EUA compraram a produção de vacina para todo o ano de 2020. Compraram dos alemães. A OMS por seu lado já avisou que vacina antes de 2021 não existe. Isto quer dizer que temos de organizar nossos planos mais amplos para o ano que vem.

Vamos ver como o vírus se comporta daqui para o fim do ano. Setembro é um bom momento para reavaliar tudo. Vou ver aí se posso voltar para a estrada, tomando as precauções necessárias.

Nas horas vagas continuo frequentando Jorge Luis Borges. Comecei História Universal da Infâmia.

No primeiro parágrafo ele enuncia um bom roteiro: o Frei Bartolomé de Las Casas comovido com o sofrimento dos índios extenuados no trabalho das minas, sugeriu ao imperador Carlos V que importasse negros da África que para que se extenusassem no lugar dos índios. Aí começa uma outra história que nos deu os blues, a Guerra das Secessão entre outras coisas.

Há uma nadadora na piscina que sempre que chega à borda agradece a Deus pelo sol no Rio e a temperatura água. Não o faço com essa frequência rigorosa, mas agradeço por essa longa semana de um inverno brando na cidade.

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