DIÁRIO DA CRISE CXXIV
Só se fala hoje na reforma tributária. Ou melhor, fala-se no
projeto do governo de reforma tibutária.
Tenho de estudar o assunto. Leio críticas ao texto de
Guedes. Mas existem outros projetos. Talvez valha a pena esperar o final.
Desde agora vejo alguns desequilíbrios. Diz-se que no
Brasil, os pobres pagam os impostos de bens e serviços (arroz, feijão,
transporte) e que isto alcança cerca de 45 por cento da carga tributária. Por
seu lado, os mais ricos pagam imposto de renda, propriedade, dividendos e isto
resulta em 55 por cento da carta tributária.
Alguns criticos dizem que nos EUA os bens e servicos não
chegam a 20 por cento da carga tributária enquanto os que incidem sobre os
ricos representam uma carga de 80 por cento.
Ouço alguns deputados reclamando que o texto de Guedes poupa
os bancos, as grandes fortunas. Na verdade, se for assim é um texto de antes da
pandemia, embora Guedes diga que seu objetivo é atender também às necessidades de
35 milhões de invisíveis.
Ele deve argumentar com a Renda Brasil para tentar emplacar
uma nova CPMF, agora sobre as transações eletrônicas que cresceram 70 por cento
durante a pandemia.
Ele argumenta que os ricos pagarão mais porque fazem mais
transacões. Mas a verdade é que lucram mais também no processo.
Vou acompanhando com calma e vou tentar examinar
experiências de outros países quando surgir o texto final.
Bolsonaro fez um terceiro exame, deu positivo. Há gente que
não consegue se desvencilhar do vírus depois de 30 dias.
Os EUA compraram a produção de vacina para todo o ano de
2020. Compraram dos alemães. A OMS por seu lado já avisou que vacina antes de
2021 não existe. Isto quer dizer que temos de organizar nossos planos mais
amplos para o ano que vem.
Vamos ver como o vírus se comporta daqui para o fim do ano.
Setembro é um bom momento para reavaliar tudo. Vou ver aí se posso voltar para
a estrada, tomando as precauções necessárias.
Nas horas vagas continuo frequentando Jorge Luis Borges.
Comecei História Universal da Infâmia.
No primeiro parágrafo ele enuncia um bom roteiro: o Frei
Bartolomé de Las Casas comovido com o sofrimento dos índios extenuados no
trabalho das minas, sugeriu ao imperador Carlos V que importasse negros da
África que para que se extenusassem no lugar dos índios. Aí começa uma outra
história que nos deu os blues, a Guerra das Secessão entre outras coisas.
Há uma nadadora na piscina que sempre que chega à borda agradece a Deus pelo sol no Rio e a temperatura água. Não o faço com essa frequência rigorosa, mas agradeço por essa longa semana de um inverno brando na cidade.
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