DIÁRIO DA CRISE CL
Domingo de chuva. As nuvens que chegariam na quinta, se
atrasaram um pouco. Tenho dedicado as horas vagas de domingo para estudar um
pouco a crise da democracia.
Um dos pontos que inspiram é o reflexo da decadência
econômica na defesa popular da democracia. Os últimos anos de estagnação ou
perda de renda ampliaram as dúvidas de muitos e aumentaram também o número de
pessoas que aprovam uma saida autoritária ou mesmo um governo militar.
Se isso acontece em amplos setores da classe média e, nos
Estados Unidos, entre parte da juventude, é possivel dizer que as condições
econômicas precárias são um obstáculo à plena democracia.
Um outro fator importante, as dificuldades econômicas
reduzem as opções de muitas pessoas. Diante disso, nada mais natural que os
governos cresçam quando oferecem um alívio financeiro aos que estão em grande
dificuldades.
Não há sentido em reclamar dos pobres porque apoiam quem os
ajuda. O único sentido seria impulsionar as condiõçes econômicas para que, com
isso, sintam-se também mais à vontade nas suas escolhas.
De qualquer forma, o único problema no Brasil é conseguir
ajudar as pessoas sem inflacionar os cofres públicos. Houve uma forte queda na
economia no trimestre e o país entrou numa recessão.
Aí está o enigma: como manter uma ajuda consistente num país
em recessão? O número de desempregados cresce nessas circunstâncias e há ainda
os invisíveis que nunca tiveram trabalho fixo.
Foi válido passar o domingo refletindo sobre esse dilema,
embora não tenha chegado a nenhuma saída mágica, exceto, naturalmente, um
crescimento sustentado.
Vamos ver se avanço um pouco durante a semana, a ponto de
escrever meu artigo de sexta sobre isso?
Nenhum comentário:
Postar um comentário