Em relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira, 8, a Polícia Federal (PF) afirma que o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), recebeu propinas do grupo J&F. A conclusão é que o político cometeu os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Os volumes da investigação serão enviados agora ao procurador-geral da República Augusto Aras, a quem cabe decidir se apresenta denúncia contra o ministro ou arquiva o inquérito. A PF não pediu o indiciamento em razão do foro por prerrogativa de função.
O delegado Rodrigo Borges Correia aponta que o ministro teria recebido repasses do frigorífico em troca do apoio do Progressistas à campanha de reeleição da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2014. Ciro Nogueira dirige o partido há quase uma década.
O ponto de partida da investigação foi a delação premiada do empresário Joesley Batista, dono da J&F, e do executivo Ricardo Saud, que foi diretor de relações institucionais do grupo.
“Não há como não dar veracidade para versão apresentada pelos colaboradores. Sendo assim, salvo melhor juízo, conclui-se que Ciro Nogueira Lima Filho recebeu a promessa de obter vantagem ilícita, para adiar uma reunião, na qual seria decidido o destino do Partido Progressista, no que se refere a continuidade de apoio político ao Governo de Dilma Rousseff”, diz um trecho do relatório.
A PF concluiu que, além de R$ 40 milhões em doações eleitorais para o PP regularmente declaradas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ciro Nogueira recebeu outros R$ 2,8 milhões em dinheiro vivo através de um supermercado no Piauí.
COM A PALAVRA, O MINISTRO CIRO NOGUEIRA
A reportagem entrou em contato com a assessoria e com a defesa do ministro e aguarda resposta. O espaço está aberto para manifestação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário