Ao se embolarem com a ‘rataria’, onde os golpistas
esqueceram ‘Deus, Pátria e Família’?
Não se confundem indivíduos desse quilate com a instituição
Exército Brasileiro, mas alguma coisa anda errada na formação militar
O plano de golpe de Estado envergonha e empurra as Forças
Armadas para o fundo do poço, ao incluir assassinatos, Estado de Defesa e
diálogos assombrosos, embolando generais e coronéis da ativa com gente da pior
espécie, como um argentino trapaceiro, um padre sem princípio e o capitão
Ailton, chamado de “bandido” no Exército… A “rataria”, como definiu um dos
próprios golpistas, aliás, muito bem.
A história é escabrosa, com fuzis e até granadas para a
prisão e eventual execução do ministro do Supremo Alexandre de Moraes, então
presidente do TSE, em plena capital da República.
Foi isso que os “kid pretos” desmascarados e presos
aprenderam nas academias militares e nas Forças Especiais do Exército? A
andarem em más companhias, serem golpistas, antipatrióticos, assassinos e
anticristãos? Onde ficam “Deus, Pátria e Família”?
Não se confundem indivíduos desse quilate
com a instituição Exército Brasileiro, mas alguma coisa anda errada na formação
militar, até porque é inexplicável, para quem respeita as Forças Armadas, como
tantos oficiais aderiram tão docemente às ordens e delírios do capitão
Bolsonaro, desprezado pela corporação por décadas.
Poder? Cargos? Soldos? Privilégios como na reforma da
Previdência? Assustador, mas outros motivos seriam ainda piores: ideologia,
saudosismo e instinto antidemocrático? E o mais grave é essa adesão evoluir
para um golpe. Uns tiraram proveito, outros foram além: entregaram a alma ao
Diabo. É preciso uma grande reflexão nas Forças.
Para alívio geral da Nação e da família militar que preza a
farda, ordem, disciplina e defesa da Pátria, os comandos do próprio Exército e
da Aeronáutica não compactuaram com o golpe e, hoje, se perguntam como se
sentem as mulheres, filhos, amigos e vizinhos de quem participou daquela
sujeira. E o que dirão seus netos e bisnetos?
Já era chocante oficiais de alta patente se prestarem a
falsificar atestados de vacina, botar a mãos nos diamantes da Arábia Saudita,
sair pelos EUA passando a muamba adiante e criando “provas” fraudulentas contra
as urnas eletrônicas.
Mas golpe? Assassinato do presidente eleito, do vice, de um
ministro do TSE? Onde isso iria parar se o golpe tivesse vingado? Um novo AI-5?
Torturas? Desaparecimentos?
Bem, os tempos são outros, as Forças Armadas são outras, as
instituições têm lá seus problemas, mas são sólidas, e só uma “rataria”
minoritária poderia ter ido tão longe. Cabe à PF, ao STF, à PGR e à sociedade
brasileira limparem o País desses e outros ratos, para que o pior lado da
história não se repita. Ditadura nunca mais!
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