sábado, 1 de fevereiro de 2025

DESEMPREGO CAI A 6,6% MENOR PATAMAR DA HISTÓRIA

Carolina Nalin, EXTRA

Pesquisa do IBGE começou em 2012. No último trimestre, taxa foi de 6,2%, também a menor para o período

O Brasil fechou 2024 com a menor taxa média de desemprego desde o início da série histórica, em 2012. O índice anual caiu de 7,8% para 6,6%. O número de pessoas ocupadas nunca foi tão alto no país, com recordes no emprego formal e por conta própria, além do maior rendimento médio já registrado. É o que mostram os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE.

No trimestre encerrado em dezembro, a taxa foi de 6,2%, também o menor índice já registrado para o período desde 2012. O resultado veio em linha com o esperado pelos agentes econômicos, que projetavam que a taxa recuasse para 6% no quarto trimestre do ano passado, segundo mediana coletada pelo Valor Data.

Em um ano, 1,1 milhão de pessoas deixaram de procurar emprego . Com isso, o número de pessoas desocupadas foi o mais baixo desde 2014, quando esteve em 7 milhões.

— A gente remonta a patamares do início da série — diz Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, ao analisar a taxa média anual do desemprego.

Emprego com e sem carteira batem recorde

Enquanto o desemprego caiu, 2,7 milhões de pessoas ingressaram no mercado de trabalho no ano passado e o país bateu recorde de ocupados. Cerca de 103,3 milhões de pessoas tinham alguma ocupação em 2024, uma alta de 2,6% em relação a 2023(100,7 milhões).

Esse grupo corresponde a 58,6% da população com 14 anos ou mais - o chamado “nível da ocupação” - que avançou 1 ponto percentual em relação ao ano anterior (57,6%). Foi também a maior taxa já registrada pela série histórica, superando o recorde registrado em 2013 (58,3%).

O emprego com carteira cresceu 2,7% no ano e chegou a 38,7 milhões de pessoas, o mais alto da série. O mesmo ocorreu com o emprego sem carteira no setor privado, que mostrou aumento de 6% no período e alcançou 14,2 milhões de pessoas. Já o número de trabalhadores domésticos caiu 1,5%, chegando a 6 milhões de pessoas.

O comércio foi o setor que mais absorveu trabalhadores no ano passado, com um acréscimo de 733 mil profissionais na atividade. Em seguida, ficou a administração pública, que somou 524 mil novos ocupados, e o setor de transporte e armazenagem, com 429 mil. A construção, por sua vez, registrou a entrada de 406 mil trabalhadores, enquanto a indústria expandiu seu contingente em 340 mil pessoas no ano passado.

O emprego esteve aquecido em todos os setores. Comércio, transporte, administração pública, informação e comunicação e outros serviços atingiram recordes de profissionais. Já a construção e indústria voltaram a operar com contingente próximos aos recordes de 2014.

— São vários segmentos produtivos com expansão da ocupação, não apenas os mais intensivos em mão de obra — afirma Adriana, do IBGE.

No quarto trimestre de 2024, setores como construção (333 mil), transporte e armazenagem (283 mil) e alojamento e alimentação (214 mil) puxaram o aumento da ocupação. No entanto, a taxa de desemprego se manteve estável em relação aos três meses anteriores (6,4%).

Massa salarial e renda batem recorde

Os trabalhadores receberam cerca de R$ 3.225 ao longo de 2024, conforme o rendimento médio real habitual. Foi o maior valor anual para a série da pesquisa, superando o valor registrado em 2014 (R$ 3.120). A renda cresceu 3,7% na comparação com 2023.

— São dois anos seguidos de crescimento do rendimento, após recuo em 2021 e 2022. A expansão do rendimento em 2024 abrangeu trabalhadores formais e informais o que contribui para o crescimento da massa de rendimento — analisa Adriana.

Já a massa de rendimento chegou a R$ 328,9 bilhões, o maior da série, com alta de 6,5% (mais R$ 20,1 bilhões) em relação a 2023.

Pnad x Caged

Novos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) foram divulgados na quinta-feira. O país abriu mais de 1,7 milhão de vagas com carteira assinada no ano passado.

Tanto a pesquisa do Caged quanto a do IBGE mensuram o emprego, mas suas metodologias são diferentes. A do Caged só traz informações sobre trabalho com carteira assinada, com base no que as empresas informam ao ministério. Os dados são mensais.

Já a Pnad traz informações sobre trabalhadores formais e informais. A pesquisa é divulgada mensalmente, mas traz informações trimestrais. A coleta de dados é feita em regiões metropolitanas do país.

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