sexta-feira, 26 de outubro de 2012

DISCURSO DA DERROTA


Por Estelita Hass Carazzai, de Curitiba
Após pesquisa Datafolha registrar 17 pontos percentuais de vantagem para seu adversário na reta final da eleição, Ratinho Junior (PSC), que disputa a Prefeitura de Curitiba, já reconhece erros na campanha e diz torcer para que as pesquisas estejam enganadas.
O candidato do PSC, 31 anos e deputado federal em segundo mandato, foi a grande surpresa do primeiro turno. Ficou em primeiro lugar, com 34% dos votos válidos, e deixou para trás o pedetista Gustavo Fruet, apoiado pelo PT dos ministros Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Paulo Bernardo (Comunicações); e Luciano Ducci (PSB), atual prefeito e afilhado político do governador tucano Beto Richa.
Hoje, porém, Ratinho está atrás do adversário. Segundo Datafolha divulgado nesta semana, Fruet tem 52% das intenções de voto, contra 35% de Ratinho. Na pesquisa da semana anterior, ele tinha 36% --a oscilação foi dentro da margem de erro.
"Nós erramos, demoramos a reagir", diz, sobre a campanha no segundo turno.
A inércia da candidatura ocorre a despeito de uma mudança de estratégia. Desde a semana passada, ele vem centrando críticas em Fruet, ex-tucano, e em sua aliança com o PT, acusando-o de "contradição". Vinhetas na TV também afirmam que o partido rival "nunca deu certo em prefeituras", numa tentativa de atingir o eleitorado anti-PT.
A avaliação de Ratinho, porém, é que ele não conseguiu atrair os eleitores do atual prefeito. Segundo o Datafolha, 55% dos eleitores de Ducci no primeiro turno declaram voto em Fruet.
"Acho que é pela ligação que ele tinha com o grupo anterior [de Ducci]", diz o candidato do PSC. Fruet saiu do PSDB, que apoia o atual prefeito, no ano passado, e chegou a fazer campanha ao lado de Ducci em 2010.
Ratinho Junior também avalia que errou ao não rebater as acusações de inexperiência, que ocorrem desde o primeiro turno.
"Eles [Ducci e Fruet] me desconstruíram, jogaram uma sensação de insegurança para a população", afirma.
Integrantes da campanha concordam que houve "erro de estratégia", o que causou debates acalorados na coordenação, e "demora" ao mobilizar a militância após o primeiro turno.
Agora, Ratinho diz estar fazendo uma "defesa territorial", indo atrás do eleitor mais pobre e da periferia, que votou nele e em Ducci. A campanha tem reforçado que o candidato, filho do apresentador Ratinho, é "do povão", e apelado pela "virada".
Ratinho não comenta o que fará caso perca a eleição --ele é deputado federal licenciado e tem mandato até 2014.
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