segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

OS SEGREDOS MAIS ESCUROS DE NIXON

Lançada neste mês nos Estados Unidos, a biografia do ex-presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon, de autoria do veterano correspondente da Casa Branca, o jornalista Don Fulsom vem causando polêmica. Na obra, o autor afirma que Nixon era homossexual, maltratava a esposa e tinha graves problemas com a bebida.

A biografia Os Segredos Mais Escuros de Nixon: A História dos Bastidores do Presidente Mais Problemático da América – em tradução livre - foi toda escrita com dados obtidos através de relatórios oficiais, fontes diretas da Casa Branca e ex-congressistas, segundo Fulsom.

A relação de amizade entre o ex-presidente Nixon e seu amigo banqueiro Charkes "Bebe" Rebozo, de origem cubana, era turbulenta e forte. O ex-presidente frequentava a casa do amigo a qualquer hora do dia ou da noite, sozinho ou com sua esposa. Nem as acusações de ser ligado à máfia, afastavam Richard Nixon de seu amigo Rebozo, afirma o autor.

Um ex-repórter da revista Time contou ao autor em depoimento, que viu o presidente Nixon segurando a mão do banqueiro durante um jantar em Washington. Nixon, era considerado pelos mais próximos como uma pessoa homofóbica.

A história de um assessor de Lyndon Johnson, seu antecessor na Casa Branca, que foi encontrado mantendo relações com um marinheiro, Nixon o chamou de “doente” e disse que esse tipo de pessoa não poderia ocupar cargos de confiança.

No livro, além de reforçar que Richard Nixon era gay, maltratava sua esposa e o apreço pela bebida, assessores mais próximos tinham liberdade para chamá-lo de “nosso bêbado”.

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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

SÃO PAULO, 458 ANOS

O lampião de gás de Inezita Barroso não existe mais, porém, a dura poesia concreta ainda acontece na Ipiranga com a São João como viu Caetano Veloso.

Seja nos versos da saudosa maloca ou no Trem das Onze de Adoniran Barbosa, São Paulo ainda é a pauliceia desvairada de Mário de Andrade, a terra das oportunidades, da garoa que acolhe tudo e todos.

Nessa cidade que tem dimensão de um país, não é mais possível subir na Rua Augusta à 120 por hora, mas ainda é possível fazer uma ronda pela cidade como disse Paulo Vanzolini.

A todos os operários de Tarsila do Amaral que contribuíram e continuam dando o melhor de si para a construção dessa cidade dia a dia, desejamos mais sucesso e progresso. Parabéns, São Paulo, 458 anos.

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terça-feira, 24 de janeiro de 2012

UM PREFEITO PARA CHAMAR DE SEU

Por Milton Jung do blog Adote São Paulo

No meu trabalho, tenho o hábito de conversar com toda sorte de especialistas sempre que preciso repercutir algum assunto ou compreendê-lo melhor. Foi Zuenir Ventura, no livro Inveja: Mal secreto (Objetiva), quem definiu o jornalista como um “sujeito que não sabe – só sabe encontrar as pessoas que sabem”. Pessoalmente, e sem nenhum demérito dos especialistas, gosto mesmo é de ir às ruas conversar com as pessoas comuns para saber o que estão pensando. Elas costumam refletir, de maneira simples e sem rodeios, o que os mestres descobrem interpretando estatísticas. Quando o tema é política, como nesta minha coluna de estreia, a disposição a opinar fica ainda mais evidente. Todo mundo parece ter seu lado especialista. E os institutos de pesquisa estão aí para tirar proveito disso.

A pesquisa mais recente sobre a sucessão municipal, feita pelo Datafolha em dezembro, mostrou a baixíssima popularidade do prefeito Gilberto Kassab (PSD), aprovado por apenas dois de cada dez paulistanos. Quase metade dos entrevistados disse que não elegeria um candidato que tivesse seu apoio. Não é preciso ir além da padaria da esquina para entender os números: basta perguntar ao vizinho de balcão ou ao moço que lhe serve o pingado e você, provavelmente, ouvirá o que tenho escutado. “Ele só pensa naquilo”, ouvi do balconista, referindo-se ao PSD, o partido que Kassab conseguiu construir em tempo recorde.

O cidadão tem a percepção de que o prefeito deixou a cidade em segundo plano enquanto arregimentava apoio para a nova sigla. Percepção é algo que se baseia na interpretação que as pessoas fazem da realidade – e não, necessariamente, na realidade em si –, de modo que pouco adianta o alcaide, seus secretários e apoiadores investirem em publicidade para provar o contrário. A nove meses da eleição, seja qual for seu candidato, Kassab terá tempo e um orçamento de R$ 38,8 bilhões para tentar recuperar sua imagem.

Desconfio que nada disso será suficiente. Algo que parece evidente, tanto nas pesquisas quanto nas minhas consultas, é que o paulistano está cansado de políticos mais preocupados com seus umbigos do que com os buracos da cidade. José Serra (PSDB), eleito em 2004, talvez tenha colaborado com isso ao deixar a prefeitura para disputar o governo do Estado, apesar de ter registrado em cartório sua intenção de permanecer no cargo até o fim. Sagrou-se vitorioso, é verdade, mas basta ver seu índice de rejeição na capital – 35%, segundo o Datafolha – para entender que há um movimento em busca de nomes mais dedicados à cidade.

Declarações recentes do pré-candidato Gabriel Chalita – que se elegeu vereador pelo PSDB, deputado federal pelo PSB e deve disputar a prefeitura pelo PMDB –, demonstram que os políticos também entenderam essa ansiedade do paulistano. “São Paulo não pode mais ser trampolim para outros cargos”, disse, em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, na RedeTV!. Recentemente, o pré-candidato Fernando Haddad (PT) também se propôs a assinar um documento no qual se comprometeria a cumprir o mandato, semelhante ao rasgado por Serra. Vão precisar mais do que papéis para dobrar o eleitor. O novo prefeito terá de adotar São Paulo como seu desafio maior e convencer o cidadão de que seu projeto de vida está na solução para problemas que começam na calçada em frente de casa. O paulistano, como disse a moça do caixa enquanto me entregava o troco, quer um prefeito para chamar de seu.

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domingo, 22 de janeiro de 2012

BRIZOLA, 90 ANOS


Se estivesse vivo, Leonel Brizola completaria 90 anos. Nascido em 22 de janeiro de 1922, em Carazinho, município pertencente de Passo Fundo, Brizola entrou na política lançado por Getúlio Vargas. Uma das façanhas de Brizola foi governar dois estados diferentes: Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, eleito pelo povo.
Leonel Brizola teve uma extensa carreira política: foi prefeito de Porto Alegre, deputado estadual e governador do Rio Grande do Sul, deputado federal pelo Rio Grande do Sul e pelo extinto estado da Guanabara, e duas vezes governador do Rio de Janeiro.
Ingressou na política partidária no antigo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), por recomendação pessoal de Getúlio Vargas – seu padrinho de casamento – sua primeira candidatura a cargo eletivo foi para deputado estadual e foi eleito.
Sua influência política no Brasil durou aproximadamente cinquenta anos, inclusive enquanto exilado pelo Golpe de 1964, contra o qual foi um dos líderes da resistência. Por duas vezes foi candidato a presidente da República do Brasil pelo PDT, partido que fundou em 1980, não conseguindo se eleger.
Brizola era casado com Neusa Goulart, irmã do ex-presidente João Goulart, com ela teve três filhos: Neusa, José Vicente e Otávio. Em 21 de junho de 2004, Brizola morreu aos 82 anos de idade, vítima de problemas cardíacos.
Para celebrar o nonagésimo aniversário de Brizola, será lançado hoje (23), à noite, na Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Rio de Janeiro o livro Leonel Brizola - a Legalidade e outros pensamentos conclusivos, organizado por Osvaldo Maneschy, Apio Gomes, Madalena Sapucaia e Paulo Becker.
Para as novas gerações e para quem gosta do tema política, o blog Sou Chocolate e Não Desisto dar uma dica para conhecer mais sobre a história desse homem que desafiou a Rede Globo nos anos 80 e venceu o governo do estado do Rio de Janeiro, vale a pena ler El Caudillo – um perfil biográfico do jornalista FC Leite Filho.
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sábado, 21 de janeiro de 2012

A PALAVRA DO PRESIDENTE

Lançado no ano passado, A Palavra do Presidente, de Edilene Gasparini Fernandes é uma minuciosa análise dos discursos de posse dos presidentes da República do Brasil, desde o momento do pós-Golpe Militar, em 1964, até o último pronunciamento do ex-presidente Lula em 2007.

A autora se debruçou em quatorze discursos realizados ao longo de 43 anos e destrinchou como cada presidente usou as palavras para persuadir seu público ouvinte. Os anos se passaram, os regimes mudaram, mas o teor dos discursos pouco variou.

Os discursos - no final do livro está a íntegra de todos - dos presidentes eram sempre recheados de palavras de esperança e com forte apelo para as camadas mais carentes da população.

A obra é uma importante contribuição para a memória política brasileira e indispensável para quem se interessa pelo tema. Deixa o leitor mais aguçado, elevando ainda mais sua capacidade de percepção crítica.

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TRÊS ANOS SEM JURACI MAGALHÃES


Há três anos faleceu Juraci Magalhães, 77 anos, no Hospital São Mateus em Fortaleza (CE), vítima de um câncer que lutava desde 1997.
Nascido em Senador Pompeu, no sertão central cearense, Juraci Magalhães foi três vezes prefeito de Fortaleza.
Em 1994, ele concorreu ao governo do estado, em 2006 tentou a Câmara Federal, mas não foi eleito.
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sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

QUALQUER SEMELHANÇA...

A minissérie O Brado Retumbante, de Euclydes Marinho que estreou nesta semana na Rede Globo vem causando burburinho nas redes sociais. Na minissérie, o deputado Paulo Ventura ( Domingos Montagner) é advogado, defensor irrestrito da ética na política, meio boêmio, mulherengo e um opositor ferrenho. Por um acaso do destino, o deputado se torna presidente da República de um Brasil fictício.

Até aí, tudo bem, mas nas redes sociais a história contada por Euclydes Marinho de um político honrado, que não se deixa ser manipulado soou como uma mensagem subliminar pró-Aécio Neves que é senador por Minas Gerais e é a principal aposta do PSDB para a campanha à Presidência da República em 2014.

Não é a primeira vez que o nome do senador mineiro é citado como uma forma de promoção eleitoreira, o documentário Tancredo Neves, a travessia lançado no ano passado para celebrar a trajetória política do ex-presidente da República Tancredo Neves – avô de Aécio – foi acusado de promover o parlamentar rumo à eleição de 2014. Os comentários eram que, Aécio Neves aparece mais no documentário que o seu avô, o homenageado.

Também não é a primeira vez que uma obra televisiva é acusada de fazer campanha a favor ou contra determinado político. Em 1989, as novelas O Salvador da Pátria, de Lauro César Muniz e Que Rei Sou Eu? , de Cassiano Gabus Mendes estiveram na roda de discussão, foram acusadas de favorecerem os candidatos à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Collor de Melo.

O autor de O Salvador da Pátria recebeu ordens da direção da Globo para que mudasse a história do boia-fria, Sassá Mutema (Lima Duarte) porque tinha recebido um telefonema de Brasília impondo a mudança. Eleito deputado, o boia-fria chegaria ao poder no último capítulo, após uma organização criminosa assassinar o vice e o presidente da República. Sassá Mutema teve um final insosso.

A novela de Cassiano Gabus Mendes foi acusada de promover Fernando Collor de Melo, no fictício Reino de Avilan. Eleger um animal, o Bode Zé como rei de Avilan soou como uma forma de ridicularizar a candidatura do operário metalúrgico.

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quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

SEIS POR MEIA DÚZIA

O ano começa e a reforma ministerial esperada por alguns e temida por outros começa a dar os primeiros passos. Nesta quarta-feira (18), a presidente Dilma Rousseff remanejou da pasta de Ciência e Tecnologia o petista Aloizio Mercadante que assume o Ministério da Educação no lugar de Fernando Haddad, que sai para disputar à Prefeitura de São Paulo. Ele é o escolhido do ex-presidente Lula.

A substituição de Haddad por Mercadante é uma troca de seis por meia dúzia. A pasta da Educação sob a tutela de Haddad foi uma lambança. As sucessivas falhas no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) provam a ineficiência dele. O ministro só não vazou junto com as provas, porque é o queridinho do ex-presidente Lula.

Mercadante passou pelo Ministério de Ciência e Tecnologia sem provocar nenhum curto circuito de avanço. Se sua estadia na pasta foi inexpressiva, o quê esperar dele no combalido Ministério da Educação?

Foto atualizada em 24/01/2012

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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

CELSO DANIEL - 10 ANOS

O assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel, do PT, em 18 de janeiro de 2002 completa 10 anos. O resultado do inquérito da polícia paulista foi que Celso Daniel foi vítima de uma quadrilha da favela Pantanal, na capital. Alguns criminosos foram presos. Segundo o inquérito do DHPP, os criminosos declararam que o alvo era um empresário e não o prefeito de Santo André. Ele foi sequestrado e morto por engano.

Essa é a versão apresentado pela Polícia Civil em abril de 2002. Na versão da polícia, a hipótese de crime politico fica excluída. Mas é ai que mora o xis da questão. A família de Celso Daniel bate na tecla de crime político.

Na época do crime, o comentário é que o prefeito tinha descoberto um esquema de corrupção na administração municipal, principalmente na área dos transportes coletivos e que em breve iria vir à tona, o que deixou muitos empresários e políticos arrepiados. Dez anos se passaram e a verdade sobre o assassinato de Celso Daniel ainda é uma incógnita.

Meses antes do Caso Celso Daniel, outro assassinato com característica de crime político também está sem resposta há dez anos, o prefeito de Campinas, Antônio da Costa Santos, o Toninho do PT foi assassinado em 10 de setembro de 2001. O combate ao crime organizado em Campinas na administração de Toninho do PT reforça a tese de crime político.

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domingo, 1 de janeiro de 2012

O REAL ITAMAR - UMA BIOGRAFIA

A primeira biografia autorizada sobre a vida do ex-presidente da República, Itamar Franco foi lançada no fim do ano passado. De autoria do jornalista Ivanir Yazbeck, O Real Itamar – Uma biografia revela detalhes da vida política e íntima do mineiro que governou o Brasil em um dos momentos críticos em que o país passava com o impeachment do presidente Fernando Collor.

A biografia desmistifica a fama de Itamar de ser temperamental e mostra o político de forma mais humana. A ética, a competência e a responsabilidade estão entre os novos adjetivos dado ao biografado.

O autor revela que Itamar, dono de um topete renitente, sempre apontado para cima, que se tornou sua marca registrada em charges e ilustrações nos cadernos de política gostava de uma boa conversa e sempre estava aberto para o diálogo.

A criação de uma nova moeda - o Plano Real - idealizado por Itamar Franco deu estabilidade econômica ao país, colocando um fim na inflação, praga que assolava todos os brasileiro. Itamar foi considerado pela revista The Economist como “o maquinista que colocou o Brasil nos trilhos”. O Real Itamar resgata não só o homem, mas o político que mudou a cara do país.

Itamar não viu sua biografia concluída, diagnosticado com leucemia, faleceu em julho do ano passado, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.

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