Por Fernando Rodrigues do Poder e Política
O deputado federal ACM Neto (DEM-BA), prefeito eleito de
Salvador, esteve em ontem Brasília e elogiou a presidente da República, Dilma
Rousseff. Disse que o Democratas se mantém aberto para 2014.
"O governo Dilma é melhor que o do Lula. Tem mais
equilíbrio na posição institucional", declarou o político do DEM em
entrevista ao "Poder e Política", projeto da Folha e do UOL.
Neto foi alvo de um ataque indireto de Dilma durante a
recente campanha eleitoral. A presidente fez um comício em Salvador e disse que
a capital baiana não poderia ter um governo "pequenininho" --uma
alusão à estatura do prefeito eleito, que mede 1m68. Confrontado com esse
episódio, ele relevou o ataque: "Aquele calor do palanque, do embate... Eu
acho que a presidente tinha direito de ir a Salvador".
Embora tenha se recusado a fazer previsões sobre alianças
para daqui a dois anos no plano nacional, Neto sugeriu que o DEM não se
alinhará automaticamente ao PSDB, cujo candidato ao Planalto deve ser o senador
Aécio Neves (MG).
Sobre Aécio, disse o seguinte: "Nós temos uma relação
histórica com o PSDB. Aécio tem muitos amigos dentro do Democratas. Mas ainda é
cedo".
A respeito de apoiar para o Planalto Eduardo Campos (PSB),
governador de Pernambuco, afirmou: "Eu acho que neste momento não se deve
descartar nenhuma hipótese".
LÍDER DO DEM
Antonio Carlos Magalhães Neto, ou Neto, como é conhecido,
tem 33 anos e está em seu terceiro mandato como deputado federal pelo DEM da
Bahia. Venceu a disputa no segundo turno para prefeito de Salvador com 717.865
votos (53,51% dos válidos).
Salvador é a terceira maior cidade do país em número de
eleitores. Neto derrotou o candidato do PT, o deputado federal Nelson Pelegrino
(PT), que tinha o apoio do governador da Bahia, Jaques Wagner, e da presidente
Dilma Rousseff.
No primeiro turno, Neto tinha cerca de 5 minutos de tempo de
TV contra 14 minutos de Pelegrino.
Com essa vitória, o político do DEM se tornou o maior
vitorioso de oposição no Brasil. Mas agora ele aposentou o discurso vitriólico
da campanha e deseja compor com os petistas Jaques Wagner e Dilma Rousseff.
É por essa razão que faz elogios a Dilma. "É um governo
que não é tão condescendente com aquelas velhas práticas da política, 'do toma
lá, dá cá'. Claro que existe uma presença muito forte, partidária, no governo,
mas eu acho que a presidente, nesse aspecto, ela é mais dura no
tratamento", declara.
A respeito de um possível contato em breve com o Planalto,
diz: "O meu desejo é ter com a presidente a melhor relação possível. Não
só porque a respeito, respeito a posição que ela ocupa, mas porque Salvador
precisa. Precisa tanto do prefeito como da presidente da República".
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