sexta-feira, 7 de junho de 2013

FELIZ SENDO PROSTITUTA

A peça publicitária divulgada no último domingo (2), nas redes sociais para o Dia Internacional das Prostitutas com a frase “Eu sou feliz sendo prostituta”, foi tirada do ar a pedido do ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Em seguida, o ministro determinou a demissão do diretor do departamento responsável pela peça, Dirceu Greco.
A campanha foi criada pelo Departamento de DSTs, Aids e Hepatites Virais do ministério, chefiado por Greco, em uma oficina com as profissionais do sexo, em março deste ano. A pasta justificou que o departamento veiculou a campanha sem a aprovação da Comunicação Social do ministério e que o texto não atendia o foco da campanha, que era a saúde dessas profissionais.
Na última terça-feira (4), o panfleto da campanha com a frase “Eu sou feliz sendo prostituta” virou alvo dos deputados da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, por iniciativa do presidente, o pastor deputado Marcos Feliciano (PSC-SP) viu a oportunidade de azucrinar o ministério da Saúde, quer esclarecimentos sobre a peça publicitária.
Autor do projeto de lei para curar os homossexuais,  o deputado evangélico João Campos (PSDB-GO) fez duras críticas e acusou a presidente Dilma de não cumprir compromissos assumidos na campanha eleitoral e fez uma comparação a situação com uma hipotética campanha sobre a pedofilia.
— Eu estou imaginando aqui os títulos das próximas campanhas: "sou adúltero e sou feliz", "sou incestuoso, sigam-me", "sou polígamos, me acompanhem", "sou pedófilo, observem-me, sou feliz, estou realizado" — afirmou Campos.
Outro parlamentar evangélico que engrossou o coro foi Marcos Rogério (PDT-RO), classificando a campanha de apologia:  “Ainda que a prática da prostituição não seja crime, o que o governo faz através de uma campanha midiática, publicitária é uma apologia ao crime, apologia à prostituição”.

Mas a demissão de Dirceu Greco da campanha por Padilha gerou protestos nos profissionais da área; por enquanto dois diretores adjuntos do Departamento de DST e Aids pediram demissão. Segundo Greco, há pressão religiosa na saúde e sua demissão foi motiva porque a política desenvolvida em sua gestão não “coadunava com a política conservadora do atual governo”.
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