Por Marco Prates, de Exame.com
São Paulo – No último domingo, o candidato que quisesse
acertar uma das questões de uma prova do Ministério da Fazenda tinha de
conhecer a posição do Partido dos Trabalhadores sobre o tema reforma política.
O PT foi a única sigla citada nominalmente no concurso realizado no fim de
semana pela Escola Superior de Administração Fazendária (Esaf), órgão ligado à
própria pasta. A oposição diz que vai acionar o Ministério Público para
verificar se houve “aparelhamento do Estado”.
“O Partido dos Trabalhadores (PT), atualmente no comando do
Executivo Federal e com forte bancada na Câmara dos Deputados, defende o
financiamento das campanhas eleitorais com recursos públicos”, afirmava a
resposta certa à questão sobre reforma eleitoral.
Segundo o usuário identificado pelo nome @horaciocb no
Twitter, que diz ter participado da seleção, as demais alternativas não citavam
siglas e eram de cunho genérico, como "o Congresso Nacional está unido em
torno do voto distrital puro".
Como a alternativa correta era a que tratava do PT, o
candidato só precisava conhecer o programa do partido para acertar.
O financiamento público de campanha é uma bandeira histórica
petista.
“Estão fazendo aparelhamento desde a seleção”, afirmou o
deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ), que vai acionar o MP para investigar o
caso. Para ele, o concurso deveria ser cancelado.
“Estão beneficiando o partido e a presidente com dinheiro
público. Em tese, podendo prejudicar alguns concorrentes, que não são obrigados
a conhecer o programa do PT”, defendeu o democrata.
Responsável pela seleção, a Esaf se pronunciou no começo da
noite desta terça-feira (veja nota na íntegra ao final).
O concurso em questão irá selecionar 347 analistas
técnico-administrativos, arquitetos, engenheiros, contadores e pedagogos para a
pasta. Os salários variam de R$ 3.977,42 a R$ 5.081,18.
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