quinta-feira, 14 de novembro de 2013

DO PLANALTO PARA A CADEIA

No Correio Braziliense de hoje, a manchete é a decisão histórica do Supremo, seis anos após aceitar denúncia, de determinar a prisão do ex-ministro José Dirceu, do deputado José Genoino (PT-SP), de Delúbio Soares e de mais 10 condenados do mensalão.
Não é o ponto final do processo do mensalão, mas é um capítulo ímpar na história política do País. O Supremo Tribunal Federal determinou ontem a execução das penas de condenados por envolvimento no esquema do mensalão, revelado mais de oito anos atrás pelo então deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), após uma disputa com o homem forte do primeiro mandato do governo Lula, o ex-ministro José Dirceu.
Os dois adversários, assim como os ex-dirigentes do PT José Genoino e Delúbio Soares, e o empresário Marcos Valério, entre outros, serão presos nos próximos dias.
Embora ainda tenha que julgar os embargos infringentes - recursos nos crimes em que houve maioria apertada na Corte, com pelo menos quatro votos pela absolvição -, o Supremo contrariou a expectativa de que a prisão dos condenados pelo mensalão levaria mais tempo, podendo ficar para 2014, em meio às campanhas eleitorais.
Essa decisão expõe ainda mais a Câmara, que manteve o mandato de um deputado preso - Natan Donadon - e se vê pressionada a deliberar sobre a situação de Genoino, João Paulo Cunha, Valdemar Costa Neto e Pedro Henry.
Se a prisão chega antes, por outro lado ela pode abrandar o regime a que serão submetidos condenados como Dirceu. O ex-ministro começará a cumprir a pena por corrupção em regime semiaberto - se fosse somada a pena por formação de quadrilha, crime ainda passível de absolvição, o petista teria de permanecer na cadeia em tempo integral, e não somente no período da noite.
À espera do veredicto. Enquanto aguarda definição de sua situação no STF, José Dirceu descansa com a família num hotel em Itacaré, um dos pontos mais aprazíveis do litoral baiano. Há forte esquema de segurança no local.
Capa do jornal Correio Braziliense e texto de Felipe Recondo e Mariângela Gallucci, do jornal O Estado de S. Paulo.
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