No Correio Braziliense de hoje, a manchete é a decisão
histórica do Supremo, seis anos após aceitar denúncia, de determinar a prisão
do ex-ministro José Dirceu, do deputado José Genoino (PT-SP), de Delúbio Soares
e de mais 10 condenados do mensalão.
Não é o ponto final do processo do mensalão, mas é um
capítulo ímpar na história política do País. O Supremo Tribunal Federal
determinou ontem a execução das penas de condenados por envolvimento no esquema
do mensalão, revelado mais de oito anos atrás pelo então deputado Roberto
Jefferson (PTB-RJ), após uma disputa com o homem forte do primeiro mandato do
governo Lula, o ex-ministro José Dirceu.
Os dois adversários, assim como os ex-dirigentes do PT José
Genoino e Delúbio Soares, e o empresário Marcos Valério, entre outros, serão
presos nos próximos dias.
Embora ainda tenha que julgar os embargos infringentes -
recursos nos crimes em que houve maioria apertada na Corte, com pelo menos
quatro votos pela absolvição -, o Supremo contrariou a expectativa de que a
prisão dos condenados pelo mensalão levaria mais tempo, podendo ficar para
2014, em meio às campanhas eleitorais.
Essa decisão expõe ainda mais a Câmara, que manteve o
mandato de um deputado preso - Natan Donadon - e se vê pressionada a deliberar
sobre a situação de Genoino, João Paulo Cunha, Valdemar Costa Neto e Pedro
Henry.
Se a prisão chega antes, por outro lado ela pode abrandar o
regime a que serão submetidos condenados como Dirceu. O ex-ministro começará a
cumprir a pena por corrupção em regime semiaberto - se fosse somada a pena por
formação de quadrilha, crime ainda passível de absolvição, o petista teria de
permanecer na cadeia em tempo integral, e não somente no período da noite.
À espera do veredicto. Enquanto aguarda definição de sua
situação no STF, José Dirceu descansa com a família num hotel em Itacaré, um
dos pontos mais aprazíveis do litoral baiano. Há forte esquema de segurança no
local.
Capa do jornal Correio Braziliense e texto de Felipe Recondo
e Mariângela Gallucci, do jornal O Estado de S. Paulo.
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