O Ministério Público Estadual ajuizou nesta quarta-feira
(20) uma ação civil pública de improbidade administrativa contra o prefeito de
Sobral, Veveu Arruda (PT), pela prática de nepotismo. A ação é assinada pelos
promotores de Justiça Francisco Roberto Caldas Nogueira Pinheiro, André Luis
Tabosa de Oliveira, Carlos Augusto Tomaz Vasconcelos, Venusto da Silva Cardoso,
Irapuan da Silva Dionízio Júnior e Juliana Cronemberger de Negreiros Moura. O
MP requer a exoneração imediata dos cargos que caracterizam nepotismo, bem como
o afastamento do prefeito de Sobral e sua condenação por improbidade
administrativa.
Diante da denúncia de populares, foi expedido um ofício
requisitório para o prefeito, o vice-prefeito, os secretários, os subsecretários,
os vereadores e os demais dirigentes de entidades públicas para que informassem
ao MP a existência de parentes lotados em órgãos públicos no cargo em comissão
ou função de confiança, bem como terceirizados. Esse tipo de contratação ofende
o disposto da Súmula Vinculante 13, do Supremo Tribunal Federal (STF), que veda
a prática do nepotismo.
Segundo relatado na ação de improbidade, ficou comprovado
que o próprio Veveu Arruda mantinha uma irmã em cargo comissionado. Além disso,
é o responsável, na condição de gestor público, por nomear e autorizar a
permanência para cargos comissionados e terceirizados com relação de parentesco
consanguíneos, em linha reta e por afinidade até terceiro grau, com secretários
e vereadores da Câmara Municipal de Sobral.
Entre os secretários municipais que mantêm seus parentes nos
cargos em comissão, função de confiança ou terceirizados na Prefeitura de
Sobral, estão: o secretário-adjunto de Obras, Francisco de Assis Parente Alves
Junior (7 parentes); o superintendente da Autarquia Municipal de Meio Ambiente
(AMMA), José Wilson Angelim (3 parentes); o secretário-adjunto de Conservação e
Serviços Públicos, Eugênio Paccelli Sampaio Silveira (esposa); o comandante da
Guarda Civil Municipal, Jorge Vasconcelos Trindade (esposa); o secretário de
Gestão, José Maria de Souza Rosa (filho); o secretário-adjunto de Urbanismo,
Francisco Laerti Carneiro Cavalcante (2 irmãos); o secretário-adjunto de
Gestão, José Djalma Gomes (esposa); e a secretária do Desenvolvimento Social e
Combate à Pobreza, Francisca Valdízia Bezerra Ribeiro (irmã).
Em relação aos vereadores de Sobral, o presidente da Câmara
Municipal, Itamar Ribeiro, mantém 6 parentes, entre irmã, filhas e sobrinhos,
lotados na Prefeitura. O caso mais grave é do vereador Gegê Romão, que mantém
contratados 8 parentes. Também foi constatada a prática de nepotismo entre os
vereadores Zezão (mãe); Júnior Balreira (esposa); Adauto Arruda (4 parentes); e
Paulo Vasconcelos (2 parentes).
A Promotoria de Justiça de Sobral continua a investigação
para levantar outros casos de nepotismo e tem cobrado a realização de concurso
público para dar amplo acesso à população aos cargos e empregos públicos.
Segundo os promotores de Justiça que assinaram a ação, Meruoca, Alcântaras,
Massapê e Senador Sá também estão no alvo das investigações de nepotismo.
Saiba mais
O Nepotismo é a prática de contratação de parentes, sem
concursos públicos, para ocupar cargos em comissão, função de confiança ou
terceirizados na administração pública.
A Súmula Vinculante nº 13, do Supremo Tribunal Federal veda
a conduta - “a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta,
colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade
nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção,
chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança
ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em
qualquer dos poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios,
compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição
Federal”.
Fonte: CNEWS
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