Entende-se por guerra total a mobilização bélica radical
cujo objetivo não é apenas derrotar o adversário, mais sim levá-lo ao
extermínio. Em política, este tipo de guerra busca, além da vitória, o
extermínio moral e psicológico do adversário. Não se faz distinções éticas e
morais para se atingir a meta estabelecida. Há evidentes sinais de que a guerra
total foi decretada para eliminar Marina Silva.
Um das mais claras sinalizações é a tentativa de pregar na
ex-senadora e ex-ministra do PT a pecha de “homofóbica”. Isso, mesmo que não
haja um reles fato que sustente a condenação e mesmo que seu programa de
Governo diga exatamente o oposto. Quem acompanha de perto a política, sabe bem
como este tipo de movimento se evidencia. Hoje, o campo de batalha se dá na
guerrilha suja dos soldados “fakes” que se postam nas redes sociais.
Nessa mesma guerrilha, cobra-se da candidata uma posição
sobre o matrimônio gay, mesmo que já seja fato pacificado por decisão do
Supremo. Curiosamente, essa cobrança não é dirigida nem à Dilma Rousseff e nem
ao Aécio Neves. O objetivo é impor à Marina uma agenda para colocá-la em
confronto com um setor influente do eleitorado.
O mesmo movimento de ataque ocorre em várias outras frentes.
Ler a Bíblia, ora vejam, passou a ser apontado como um problema. Como se, uma
vez presidente, Marina fosse buscar no livro a resposta para a compra ou não
de, por exemplo, aviões de guerra. Além do preconceito religioso, aí há uma
esperteza: passar a ideia de que a candidata é uma fanática obscurantista.
Agora, acabar de surgir uma mobilização sindical, obviamente
relacionada ao PT, que programa fazer manifestações a favor do pré-sal. Algo
tipo “o pré-sal é nosso”. Como o programa de Marina dedicou poucas palavras a
essa fonte de petróleo, a ideia é martelar que Marina é contra o pré-sal, mesmo
que não seja. Percebem?
Não importa a verdade. O que importa é fazer desmoronar a
concorrência. Novas ondas serão criadas artificialmente. A guerra será longa. O
segundo turno já começou. A oponente de Dilma não tem estrutura partidária, não
tem tempo de TV e não tem militância ativa para se contrapor com desenvoltura
aos duros ataques que estão sendo e serão desferidos.
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