O fim do governo de Agnelo Queiroz (PT) no Distrito Federal
é marcado por dias de caos. Os graves problemas financeiros que vieram à tona
após a derrota do petista na eleição de outubro se tornam cada vez mais
evidentes. Nesta terça-feira, grande parte da capital do país amanheceu sem
ônibus pelo sexto dia seguido por causa de uma paralisação de rodoviários. Ao
mesmo tempo, professores fechavam o Eixo Monumental em protesto para pedir o
pagamento de salários atrasados. Ainda durante a manhã, os servidores da saúde
decidiram entrar em greve. O motivo é sempre o mesmo: falta de pagamento por
parte do governo.
No caso da saúde, o salário deveria ter sido pago na
sexta-feira passada, mas isso não aconteceu. A presidente do SindSaúde, Marli
Rodrigues, diz que a situação é grave. "Nós temos um conjunto de
problemas: atraso das horas extras, no décimo terceiro, falta de medicação e de alimentação", afirma. O sindicato
vai manter 30% da mão de obra trabalhando, como exige a lei, e promete encerrar
a greve apenas quando o governo pagar o que deve.
A gestão de Agnelo havia prometido depositar os salários de
servidores da saúde e da educação nesta terça-feira, mas isso não ocorreu até
agora. A nova promessa é a de que o dinheiro cairá nas contas até a noite desta
terça. Os salários da segurança pública estão a salvo porque quem paga a conta
é o governo federal, por meio do Fundo Constitucional.
Há três semanas, o site de VEJA mostrou como Agnelo
comprometeu as contas públicas do Distrito Federal de forma grave: a folha de
pagamento passou de 580 milhões para 930 milhões mensais. Isso praticamente
inviabilizou novos investimentos e levou as finanças do governo a uma situação
extrema.
O descontrole financeiro do governo tem prejudicado até
mesmo a realização de tarefas simples: o mato alto, inclusive nas superquadras
da região central, é um dos sinais do fracasso da gestão de Agnelo. Creches
suspenderam os trabalhos por falta de pagamento. A irregularidade do serviço de
transporte público também motivou a volta das vans de transporte irregular, que
circulam livremente.
Conteúdo do site da revista Veja
Nenhum comentário:
Postar um comentário