O próximo ministro do Esporte, o deputado federal e pastor
licenciado George Hilton (PRB-MG) — flagrado pela Polícia Federal em 2005
transportando R$ 600 mil em dinheiro (R$ 972 mil em valores atualizados) em um
avião fretado —, não declarou à Justiça Eleitoral a propriedade de uma empresa
de transportes em que é sócio da esposa. A Visão Locação e Transportes Ltda.,
criada em 2004, está registrada em Belo Horizonte e tem um processo de execução
fiscal na Justiça Federal. Pela ação, Hilton, a esposa dele, Gorete Cecílio, e
a firma são executados a pagarem R$ 29 mil. Após duas tentativa de penhora de
bens para quitar a dívida, o juiz afirmou eles estão em “local incerto e não sabido”.
Hilton não citou a propriedade da empresa na relação de bens
apresentada à Justiça Eleitoral. Entretanto, nas certidões judiciais que
informou, é possível descobrir um processo relacionado à Visão Transportes. A
ação é movida pela Fazenda Nacional desde 2011, devido a uma cobrança de
Simples.
Após Hilton ser reeleito, a Justiça o citou por edital,
depois de tentar penhorar bens do casal e da empresa em outras ocasiões, a fim
de pagar a dívida de R$ 29.637,72. Eles foram citados no mês passado. O juiz da
26ª Vara Federal de Minas Gerais, André Gonçalves Salce, afirmou, em 26 de
setembro, que os executados estavam em “local incerto e não sabido”. À Receita
Federal, o endereço informado da Visão Locação e Transportes é uma sala no
edifício Estoril, no bairro Cidade Jardim, em Belo Horizonte, cidade onde mora
o parlamentar. O número de telefone registrado pela empresa não existe.
Apesar de ser procurado por edital, o próprio deputado
informou dois telefones e um endereço à 26ª Vara quando foi extrair uma cópia
do processo. Ontem, ninguém atendia nos telefones indicados. A assessoria do
futuro ministro disse ontem que ele estava descansando e só atenderia pedidos
de entrevista a partir de hoje. “Houve muitas negociações nessas últimas duas
semanas e conversas em Brasília”, justificaram os auxiliares de Hilton. Eles
disseram que o objetivo era tomar pé das ações do ministério, como as
Olimpíadas de 2016. Apesar da indicação para a pasta do Esporte, o futuro
ministro — que entra no posto de Aldo Rebelo, deslocado para o Ministério da
Ciência, Tecnologia e Inovação — não tem histórico de atuação no setor
esportivo. O perfil do deputado no site da Câmara informa que o parlamentar,
formado em ciências sociais, já foi radialista, apresentador de televisão,
teólogo e animador.
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