O Ministério Público de São Paulo abriu uma investigação
criminal contra o ex-deputado federal Gabriel Chalita (PMDB) por suspeita de
formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, peculato, corrupção e fraude a
licitações.
Segundo o MP, Chalita teria recebido vantagens irregulares
de empresas contratadas pela Secretaria de Educação do Estado no período em que
comandou a pasta, entre 2002 e 2006 --período que abrange os governos Geraldo
Alckmin (PSDB) e Cláudio Lembo (na época, filiado ao DEM).
A Promotoria apura casos de empréstimos de helicópteros e
jatos para viagens particulares do então secretário, doações ilegais de
equipamentos eletrônicos e pagamento de 25% do valor do contrato firmado pela
secretaria para compra de livros sem licitação.
A estimativa da investigação é que Chalita --que é nascido
em Cachoeira Paulista-- teria recebido R$ 50 milhões no período em que comandou
a pasta. Hoje, ele é secretário de Educação do governo Fernando Haddad (PT) em
São Paulo.
Os advogados do ex-deputado afirmam que ele é inocente e que
a denúncia investigada pelo MP é “requentada”.
Investigações. Duas investigações foram abertas contra
Chalita em 2013.
A base das apurações são documentos e depoimentos colhidos
pela Promotoria do Patrimônio Público, na esfera cível. A ação foi trancada,
porém, por um habeas corpus do Tribunal de Justiça de São Paulo. O STF (Supremo
Tribunal Federal) também arquivou a investigação criminal, por falta de provas,
em 2014.
Agora, os promotores criminais acreditam ter indícios
suficientes para apurar se Chalita recebeu vantagens indevidas no período em
que comandou a Secretaria de Educação do Estado. Eles receberam recentemente
cópias de contratos e notas fiscais com suspeitas de ilegalidade que somam 800
páginas. Os documentos estão em fase de análise.
Funcionários da Secretaria de Educação à época e o
empresário Chaim Zaher, dono do grupo SEB (antigo COC), também são
investigados.
Favores. O ponto de partida da investigação foi a reforma da
cobertura duplex comprada há dez anos por Chalita em Higienópolis, bairro nobre
da capital. O imóvel era avaliado em mais de R$ 4 milhões em 2005 e as obras
feitas nele custaram US$ 600 mil (quase R$ 1,9 milhão, no câmbio atual).
Na denúncia consta que Chalita usou um funcionário da
secretaria para acompanhar o andamento das obras e o pagamento dos serviços de
automação e instalação do home theater no apartamento.
O pagamento teria sido feito por Zaher por meio de contas
abertas em nome de empresas offshore. O empresário é dono de várias editoras
que firmaram contratos com a Secretaria de Educação.
Assim que a investigação criminal foi aberta, os advogados
de Chalita e de Zaher pediram no STF e no TJ, respectivamente, a suspensão das
apurações. As duas instâncias negaram os pedidos dos defensores.
Os promotores responsáveis pelas investigações não quiseram
dar entrevista.
Outro lado
Defesa vê denúncia ‘requentada’
Os advogados de Gabriel Chalita sustentam que ele é inocente
de todas as acusações feitas pelo Ministério Público. Segundo a defesa, o
procedimento tenta “requentar” uma investigação criminal conduzida pela Polícia
Federal em 2013 e arquivada por decisão do STF. Os advogados alegam que não há
fatos novos que justifiquem uma investigação.
Entenda o caso
Denúncia
Segundo o Ministério Público, há indícios de que Gabriel
Chalita tenha recebido vantagens indevidas de empresas contratadas pela
Secretaria de Educação do Estado no período em que ele comandou a pasta.
Favores
O MP apura casos de empréstimos de helicópteros e jatos para
viagens particulares do então secretário, doações ilegais de equipamentos
eletrônicos e propinas. Há ainda a reforma de um apartamento do ex-secretário
em Higienó-polis, bairro nobre da capital, supostamente bancada por um
fornecedor da pasta.
Soma
A estimativa da investigação é que Gabriel Chalita tenha
recebido R$ 50 milhões entre 2002 e 2006, período que abrange os governos
Geraldo Alckmin e Cláudio Lembo.
Recurso
Chalita tentou barrar as investigações no TJ (Tribunal de
Justiça de São Paulo) e no STF (Superior Tribunal Federal), mas os pedidos
foram negados.
Das Agências
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