Além de uma fotografia, o que restará, logo mais, do
encontro no Palácio do Planalto da presidente Dilma Rousseff com os
governadores de Estado?
Os governadores dependem da boa vontade do governo federal
para governar com mais ou menos dinheiro.
Em momentos de aperto, como é o caso, o presidente precisa
passar ao país a impressão de que politicamente ainda é forte.
Isso pode funcionar quando há espaço para a dúvida em
relação à fortaleza ou à fraqueza do presidente. Não é o caso.
A popularidade da presidente compete, hoje, com a taxa de
inflação. Na verdade, perde para a taxa.
Lembra da pesquisa que apontou a avaliação positiva de Dilma
na casa dos 7,7%? Esqueça. Já diminuiu. A inflação aumentou. Para quase 10% ao
ano.
Há governadores que não gostariam de ser vistos a essa
altura na companhia de uma presidente tão rejeitada. Estão constrangidos.
Mas não se pode rejeitar um convite presidencial. Por mais
que o presidente esteja abaixo do volume morto.
Os governadores voltarão aos seus Estados do mesmo jeito que
chegaram a Brasília – de bolsos vazios.
Terão servido de figurantes para o brilho fugaz de uma
presidente que mal se segura de pé.
É possível que ela não se perceba assim. Mas é assim que é.
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