domingo, 9 de agosto de 2015

A ESTÉTICA DA GUERRA

Por Lindy Lima, colunista do blog SCND
Era pra ser uma segunda-feira como outra qualquer, 6 de agosto de 1945 por volta das 8 da manhã, quando muitas pessoas se dirigiam ao trabalho ou levavam seus filhos a escola. Mas no caminho sentiram um perfume. Era o perfume da Rosa Little Boy. Ela veio em uma onda de explosão com 50% vento, 35% de calor e 15% de radiação e, aproximadamente, 160 mil pessoas sucumbira a seu perfume que nem mesmo o domo de Hiroshima conseguiu ficar, completamente, incólume.
O perfume da primeira rosa criada pelo bicho homem, era de longo alcance e os ventos do poder continuaram a soprá-la para outras localidades! O seu aroma alcançou, 3 dias depois, em 9 de agosto, precisamente, às 11h02 da manhã a vizinha Nagasaki como a rosa Fat boy, 1,5 vez mais potente que o anterior, onde mais cerca de 80 mil pessoas também quedaram ao seu perfume maldito.
Seria poético se não estivéssemos nos referido aos bombardeios atômicos realizados pelos Estados Unidos sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki. Os americanos, exigiam a reedição imediata do Japão assim como fizera outras nações do eixo, mas mediante a negativa do país do sol nascente, eles cumpriram a ameaça feita na Declaração de Potsdam em 26 de julho de 1945, Uma "destruição rápida e total". Caso não houvesse reedição incondicional das forças armadas daquele país.
Em agosto daquele ano, foi o primeiro e único momento na história em que armas nucleares foram usadas contra alvos civis, colocado fim aos remanescente da Guerra no Pacífico e determinado o fim do episodio que foi um marco na historia da humanidade; a Segunda Guerra Mundial.
Embora hoje, 70 anos depois aquele fétido aroma ainda esteja presente não pelo sentido olfativo, propriamente dito, mas por todo o organismo de milhares de centenas de pessoas. É como dizia o pesador Douglas MacArthur “Só os mortos conhecem o fim da guerra”.
Tenho um grande amigo, a quem chamo carinhosamente de Augustinho. Ele foi quem melhor definiu a guerra até hoje. Disse ele : A guerra é esforço, é inquietude, é ânsia, é transporte...E a dramatização sangrenta e dura, da avidez com que o espírito procura, ser perfeito, ser máximo, ser forte! E a subconsciência que se transfigura; Em volição conflagradora...
É a coorte; das raças todas, que se entrega à morte para a felicidade da criatura! E a obsessão de ver sangue, é o instinto horrendo; de subir, na ordem cósmica, descendo à irracionalidade primitiva. E a Natureza que, no seu arcano, precisa de encharcar-se em sangue humano para mostrar aos homens que está viva!
Meu amigo Augusto dos Anjos morreu há mais de 100 anos, fazia jus a ao sentido do também poeta Pablo Neruda “Os poetas odeiam o ódio e fazem guerra à guerra.
Bookmark and Share

Um comentário: