Dilma Rousseff é a presidente mais tapada de todos os
tempos. Ela tem a sorte de poder contar com uma imprensa igualmente tapada.
Ontem ela deu uma entrevista a Folha de S. Paulo, Estado de
S. Paulo e O Globo.
Os jornalistas perguntaram-lhe se, em algum momento, ela
imaginou que militantes do PT estivessem envolvidos no esquema de corrupção
descoberto na Petrobras.
Ela respondeu:
“Não”.
Perguntaram-lhe então se ela havia sido "completamente
surpreendida".
Ela respondeu:
"Fui. Acho, e lamento profundamente".
Ninguém lhe perguntou sobre os 13,6 milhões de reais em
pixulecos que o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, deu para a sua campanha.
Ninguém citou a denúncia de Ricardo Pessoa aos procuradores da Lava Jato,
associando os 7,5 milhões de reais que ela embolsou ao roubo da Petrobras.
Ninguém quis saber o que ela fez quando José Eduardo Cardozo avisou-a sobre o
risco de que a Lava Jato descobrisse que Marcelo Odebrecht dera-lhe dinheiro de
propina vindo da Suíça. Ninguém a emparedou lembrando que o segundo maior
fornecedor de sua campanha, Focal, reciclou dinheiro roubado do Ministério do
Planejamento. Ninguém se interessou em pedir-lhe esclarecimentos sobre o fato
de que o terceiro maior fornecedor de sua campanha, VTPB, era uma gráfica
fantasma.
Perguntada sobre seus sentimentos em relação Eduardo Cunha,
Dilma Rousseff respondeu:
"Estou ficando budista, viu?".
A imprensa é budista.
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