terça-feira, 8 de dezembro de 2015

ÉTICA ATROPELADA

Eduardo Cunha disse a Michel Temer na segunda-feira o que este blog antecipou aqui no domingo:
– Segundo a Folha: “que iria esperar o comportamento dos três deputados petistas no Conselho de Ética para só então decidir o que fará com os pedidos de impeachment”.
– Segundo o Valor: “que despachará o requerimento de impeachment de Dilma conforme os votos do PT no Conselho de Ética”.
Ou seja: só a desmoralização do Conselho salva o mandato de Dilma Rousseff.
A Folha acrescenta que “o chefe da Câmara só deve mexer no vespeiro do impeachment nos dias seguintes. Não quer parecer revanchista. Mas já contabilizava os três votos do PT no Conselho de Ética como contrários a ele.”
Os votos são os dos petistas Léo de Brito, Valmir Prascidelli e Zé Geraldo (foto), que participam da reunião do Conselho nesta terça-feira para analisar a continuidade do processo de cassação.
Trio Conselho
A solução para Cunha não parecer revanchista é receber o apoio dos três e, mesmo assim, acatar o pedido de impeachment.
Seria um belíssimo nó tático no PT. O problema – só para ele, claro – é que depois os petistas certamente seriam revanchistas na hora de cassá-lo de fato.
O Palácio do Planalto pediu a deputados do partido que convençam os três mosqueteiros da ética “a não entrarem em conflito direto com Cunha”.
Para isso, relembro, eles terão de assumir o desgaste de apoiar o presidente da Câmara em uma votação aberta e transmitida ao vivo pelas emissoras de TV.
Obedientemente, Zé Geraldo disse à Folha que o PT pode salvar Cunha “em nome da governabilidade”:
“Vamos analisar todo o cenário, sabemos tudo o que está em jogo e, naturalmente, sabemos que somos da bancada do governo”.
Léo de Brito, por sua vez, ainda diz que pretende manter a posição de votar pela continuidade do processo, seguindo o relatório de Fausto Pinato (PRB-SP).
Na hora do aperto, no entanto, a gente sabe que o PT “faz o diabo” (Dilma) ou “qualquer coisa” (Lula) para se manter no governo.
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