O ministro do Planejamento, Valdir Simão, defende a reforma
da Previdência Social pois, na sua avaliação, o modelo existente hoje é
insustentável. Para ele, é preciso retardar as aposentadorias. Em entrevista
exclusiva ao Correio após ser empossado pela presidente Dilma Rousseff, diz que
trabalhará ativamente para que esse tema seja levado adiante. De acordo com
Simão, o Planejamento não perderá o protagonismo econômico com sua chegada.
Defende que o governo pague o mais rapidamente possível as pedaladas fiscais de
R$ 57 bilhões, para que 2016 comece sem pendências. Segundo o ministro, devido
às restrições fiscais, não estão previstos concursos públicos no ano que vem.
Sobre o tratamento que será dispensado aos servidores, é enfático: “Precisamos
ter um diálogo e uma relação respeitosa com todas as categorias”.
Como será a sua relação com os servidores públicos?
Os servidores públicos são muito importantes porque são eles
que materializam e instrumentalizam a atuação do governo. E nós precisamos
sempre ter um diálogo e uma relação respeitosa com todas as categorias. Cerca
de 85% dos servidores já firmaram acordos salariais para os próximos (dois)
anos. Faltam ainda categorias muito importantes e nós precisamos avançar. A
minha disposição é conversar. E espero que o time do Planejamento busque as
alternativas que possam ser compatibilizadas com a esforço fiscal que estamos
fazendo.
Os concursos para o próximo ano estão suspensos?
Nós não temos a expectativa de novos certames para o próximo
ano, e isso vai depender muito do cenário fiscal. Esse é um tema que vamos
aprofundar, analisar com bastante cuidado e tomar as decisões que busquem
sempre o equilíbrio entre o resultado fiscal e a retomada do crescimento.
Qual será o papel do Ministério do Planejamento daqui por
diante? A pasta perderá o protagonismo na definição da política econômica?
O Ministério do Planejamento tem capacidade de formulação
área econômica. As rotinas e os processos de trabalho estão muito bem
definidos. Do ponto de vista da execução orçamentária, o Planejamento
administra o Orçamento e garante a boa execução. E as decisões em relação ao
Orçamento são tomadas na junta orçamentária, que reúne o centro do governo,
Casa Civil, Fazenda e Planejamento. Portanto, temos protagonismo e vamos
continuar tendo. Do ponto de vista das reformas, também. A principal reforma
que precisamos evoluir é a tributária. Essa tem no Ministério da Fazenda o seu
protagonismo. Com relação à reforma previdenciária, ela alcança os demais
ministérios. E, nesse caso, inclusive o Planejamento e eu, pessoalmente, por
ser minha área de formação.
Do Correio Braziliense, via Diario de Pernambuco
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