Brasília - O deputado federal Leonardo Picciani (RJ) foi
reeleito nesta quarta-feira, 17, líder do PMDB na Câmara em 2016. Picciani
derrotou Hugo Motta (PB), seu único adversário na disputa, por 37 votos a
30. Houve ainda dois votos em branco.
A recondução do parlamentar carioca à liderança do PMDB
representa uma vitória para o governo, que tinha Picciani como candidato
favorito, e derrota para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que
articulou e apoiou a candidatura de Motta.
A recondução de Picciani deverá ter impacto importante para
o Planalto e na definição do futuro da presidente Dilma Rousseff - alvo da
discussão de um processo de impeachment na Câmara. Isso porque o líder do PMDB
indicará oito integrantes da comissão especial do impeachment na Casa a que o
partido tem dito.
Além disso, Picciani será o responsável indicar, neste ano,
o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A comissão é
considerada o principal colegiado da Câmara, por ser responsável por votar admissibilidade
de todas as matérias que tramitam na Casa e julgar recursos de Cunha no
processo no Conselho de Ética.
Para conseguir se eleger, Picciani articulou a volta de
deputados do PMDB que estavam licenciados, como Pedro Paulo e Marco Antonio
Cabral, que se licenciaram de secretarias na prefeitura do Rio e governo do
Estado do Rio de Janeiro para apoiar o conterrâneo.
Com a anuência do Planalto, o ministro da Saúde, Marcelo
Castro (PI), também pediu exoneração do cargo nesta quarta-feira para voltar à
Câmara e apoiar Picciani. A atitude foi alvo de críticas, devido à crise da
saúde pública, em meio ao surto de dengue e zika vírus, causador da
microcefalia.
Votação. Picciani foi eleito por meio de votação secreta
realizada por cédula de papel. No início da reunião, apoiadores de Hugo Motta
questionaram o método, estabelecido por Picciani. Após acordo, contudo, os dois
candidatos concordaram que a votação seria realizada de forma manual.
A deputada Laura Carneiro (RJ) chegou a sugerir que a
bancada feminina mostrasse a cédula de papel durante a votação. Novo acordo
entre os dois candidatos determinou que o deputado da sigla que mostrar a
cédula com o nome do candidato em que está apoiando teria o voto anulado.
Por Igor Gadelha e Daniel Carvalho, O Estado de S.Paulo
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