quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

RECONDUZIDO À LIDERANÇA

Brasília - O deputado federal Leonardo Picciani (RJ) foi reeleito nesta quarta-feira, 17, líder do PMDB na Câmara em 2016. Picciani derrotou Hugo Motta (PB), seu único adversário na disputa, por 37 votos a 30.  Houve ainda dois votos em branco.
A recondução do parlamentar carioca à liderança do PMDB representa uma vitória para o governo, que tinha Picciani como candidato favorito, e derrota para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que articulou e apoiou a candidatura de Motta.
A recondução de Picciani deverá ter impacto importante para o Planalto e na definição do futuro da presidente Dilma Rousseff - alvo da discussão de um processo de impeachment na Câmara. Isso porque o líder do PMDB indicará oito integrantes da comissão especial do impeachment na Casa a que o partido tem dito.
Além disso, Picciani será o responsável indicar, neste ano, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A comissão é considerada o principal colegiado da Câmara, por ser responsável por votar admissibilidade de todas as matérias que tramitam na Casa e julgar recursos de Cunha no processo no Conselho de Ética.
Para conseguir se eleger, Picciani articulou a volta de deputados do PMDB que estavam licenciados, como Pedro Paulo e Marco Antonio Cabral, que se licenciaram de secretarias na prefeitura do Rio e governo do Estado do Rio de Janeiro para apoiar o conterrâneo.
Com a anuência do Planalto, o ministro da Saúde, Marcelo Castro (PI), também pediu exoneração do cargo nesta quarta-feira para voltar à Câmara e apoiar Picciani. A atitude foi alvo de críticas, devido à crise da saúde pública, em meio ao surto de dengue e zika vírus, causador da microcefalia.
Votação. Picciani foi eleito por meio de votação secreta realizada por cédula de papel. No início da reunião, apoiadores de Hugo Motta questionaram o método, estabelecido por Picciani. Após acordo, contudo, os dois candidatos concordaram que a votação seria realizada de forma manual.
A deputada Laura Carneiro (RJ) chegou a sugerir que a bancada feminina mostrasse a cédula de papel durante a votação. Novo acordo entre os dois candidatos determinou que o deputado da sigla que mostrar a cédula com o nome do candidato em que está apoiando teria o voto anulado.
Por Igor Gadelha e Daniel Carvalho, O Estado de S.Paulo
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