Um ataque terrorista deixou ao menos quatro mortos,
incluindo o agressor, e vários feridos e fechou o Parlamento britânico na tarde
desta quarta-feira (22), em uma área das zonas mais turísticas de Londres.
Mark Rowley, chefe das operações antiterroristas da Polícia
Metropolitana de Londres, confirmou que o suspeito está entre as quatro
vítimas. Um dos mortos é um policial; outras duas pessoas morreram na ponte
Westminster. Pelo menos 40 pessoas ficaram feridas. Rowley disse ainda que a
polícia acredita que o terrorista agiu sozinho.
Inicialmente, foi informado que cinco pessoas morreram no
ataque, mas o número foi revisado para quatro no fim do dia: uma mulher de 43
anos, um homem de cerca de 50, o policial que foi esfaqueado e o autor do
atentado.
O ataque começou na ponte Westminster, que cruza o rio
Tâmisa e dá acesso ao Parlamento, onde pessoas foram atropeladas por um carro.
Em seguida, o motorista bateu contra as grades do Parlamento e teria tentado
entrar no prédio com uma faca antes de ser atingido pela polícia nos jardins do
Parlamento, onde feriu policiais, e levado a um hospital, onde morreu.
A morte de uma mulher, que teria sido encontrada debaixo das
rodas de um ônibus, foi confirmada pelo St Thomas' Hospital. O hospital também
afirmou que alguns dos feridos estão em situação "catastrófica".
A primeira-ministra
do país, Theresa May, se encontrava no Parlamento na hora do incidente, que
ocorreu depois da sessão semanal na Câmara de perguntas à premiê. Ela vai
conduzir uma reunião de emergência do comitê de segurança do governo nesta
quarta-feira.
Em nota, o governo brasileiro informou que não há registro
de brasileiros entre as vítimas.
Testemunhas afirmam que dois policiais teriam tentado conter
o autor do ataque, aparentemente um homem de meia-idade, sendo que um deles
caiu no chão logo depois.
"O outro começou a pedir ajuda, enquanto o agressor
prosseguia sua corrida rumo à entrada do Parlamento. Dois homens à paisana e
armados com pistola primeiro o intimaram a parar, depois dispararam duas ou
três vezes, e ele caiu", contou à rede BBC a testemunha Quentin Letts.
Segundo ele, o homem era robusto e estava vestido de preto.
Três estudantes franceses estão entre os feridos, informou o
primeiro-ministro da França, Bernard Cazeneuve. Segundo o Ministério das
Relações Exteriores, os alunos são da escola Saint-Joseph de Concarneau, de
Finistère, que fica na região da Bretanha.
Uma mulher foi retirada do rio Tâmisa viva após o atentado e
está em tratamento com ferimentos graves. Ainda não está claro se ela caiu ou
saltou da ponte durante o atropelamento. O rio foi fechado para todo tráfego
não emergencial na área.
A Polícia Metropolitana de Londres disse que está tratando o
incidente como "terrorismo" e confirmou que seus agentes foram
acionados às 14h40 (11h40 de Brasília) e foram para a ponte Westminster. "Os
policiais --incluindo policiais armados-- permanecem no local e nós estamos
tratando isto como um incidente terrorista até que tenhamos informações
contrárias," disse a polícia em comunicado.
Um helicóptero pousou no gramado em frente ao edifício para
participar do atendimento aos feridos. Ambulâncias e carros de polícia cercaram
a região, que ficou completamente fechada.
A estação metrô de Westminster que fica perto do local
também foi fechada a pedido da polícia. A London Eye, a roda gigante que é uma
atração turística e que fica oposta ao Parlamento, do outro lado da ponte, foi
fechada com vários turistas ainda a bordo. Eles tiveram que aguardar cerca de
três horas até que pudessem desembarcar.
As entradas do Palácio de Buckingham, residência oficial da
rainha Elizabeth 2ª, foram fechadas após o ataque no Parlamento do Reino Unido.
A sede da monarquia também teve sua segurança reforçada. A monarca estaria
dentro do edifício.
Pelo Twitter, o premiê francês, François Hollande, expressou
"solidariedade" aos britânicos neste momento "terrível" e
disse que todos os franceses estão "prestando apoio" ao país.
O ataque aconteceu no mesmo dia em que a Bélgica e as
instituições da União Europeia homenagearam as vítimas dos atentados
terroristas de Bruxelas, ocorrido há um ano e que deixaram 32 mortos e 320
feridos.
Além disso, o tiroteio ocorreu um dia depois que, por motivos
de segurança, o Reino Unido se somou aos Estados Unidos na decisão de proibir
computadores portáteis e outros aparelhos eletrônicos nas bagagens de cabine de
alguns voos diretos procedentes de Turquia, Líbano, Jordânia, Egito, Tunísia e
Arábia Saudita.
O Parlamento autônomo da Escócia cancelou nesta quarta-feira
a sessão na qual decidiria se apoiaria um novo referendo sobre a independência
do Reino Unido, após o incidente.
Depois de uma hora de debate, o presidente da Câmara de
Holyrood, em Edimburgo, Ken Macintosh, determinou a suspensão da sessão até uma
data ainda não determinada.
O nível de alerta terrorista no Reino Unido foi elevado
desde agosto de 2014 a "severo", o quarto em uma escala de 5.
Do UOL, com agências internacionais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário