sexta-feira, 3 de março de 2017

CRIVELLA MISTUROU RELIGIÃO COM POLÍTICA E DESAPARECEU DURANTE O CARNAVAL

Enquanto durou a campanha para prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella disse e repetiu à exaustão que, uma vez eleito, saberia distinguir o religioso que é, pastor da Igreja Universal, do administrador que passaria a ser. Como o Estado é laico, ele não confundiria religião com política.
Na primeira grande ocasião que teve, confundiu. De longe, o carnaval é o maior evento do calendário da cidade. Não só atrai milhares de turistas, mas repercute no mundo inteiro. É o que faz do Rio a cidade brasileira mais conhecida do planeta. Crivella sumiu enquanto durou o carnaval.
A nota oficial que distribuiu ontem é um primor de demagogia. Nela, Crivella disse que faltou ao desfile das escolas de samba porque no caso dele “seria demagogia”. Não explicou por que no seu caso seria demagogia. Seria por que ele é religioso? Mas, ora, e o que havia dito na campanha?
Para variar, ao estilo de Trump, aproveitou a comemoração do aniversário do Rio no monumento a Estácio de Sá, no Aterro do Flamengo, para criticar a imprensa:
- Nós temos que respeitar as pessoas. Ninguém pode ser obrigado a fazer nada. Esse assunto já está superado. A agenda do prefeito deve ser cumprida, o que não necessariamente é a agenda da imprensa.
Não faz parte da agenda de um prefeito estar presente ao maior espetáculo que sua cidade oferece todos os anos?
O respeito a diversas religiões foi uma das marcas do desfile, este ano, da Mangueira, que homenageou Nossa Senhora Aparecida, Iemanjá e São Jorge. Portela, a campeã, falou de lendas e religiões. A Unidos de Vila Maria, em São Paulo, lembrou os 300 anos da aparição da imagem da padroeira do Brasil.
Se, em breve, alguma escola do Rio decidir exaltar os evangélicos, o pastor Crivella dará o ar de sua graça na Sapucaí?
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