Um vídeo publicado pela Prefeitura de Caxias do Sul, na
Serra do Rio Grande do Sul, mostra Daniel Guerra (PRB), o novo prefeito da
cidade, telefonando para um médico de uma unidade de saúde que não estava no
trabalho.
“O senhor poderia me dizer qual é o motivo da sua ausência
aqui na UBS [Unidade Básica de Saúde]? É o seu dia de plantão hoje. Tem 16
pacientes na sua agenda e o senhor não está aqui atendendo”, questiona Guerra
ao telefone.
No vídeo, o prefeito ainda diz: “Faça a gentileza de vir
cumprir o seu horário. Até porque, pelo que me consta, o salário está em dia e
a parte da sua obrigação é prestar serviço”.
O motivo de ausência do funcionário era uma paralisação dos
médicos do município. A categoria é contra a determinação da prefeitura de que
os funcionários registrem a entrada e a saída do trabalho em ponto eletrônico,
e cumpram a carga horária contratada.
A greve, realizada nos dias 1, 2 e 3 de março, resultou no
atraso de mais de 2,2 mil consultas.
Crítica
O Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul
(Cremers) criticou a postura do prefeito de Caxias do Sul.
“É lamentável ver o desrespeito, o assédio moral e falta de
ética na relação entre gestores e médicos”, escreveu o Cremers, em nota. “É
injustificável a exposição midiática do médico e o uso político no trato de uma
questão administrativa, comum no dia a dia”.
A entidade ainda afirmou que irá encaminhar uma
representação contra o governo municipal ao Ministério Público do Trabalho.
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