quinta-feira, 6 de abril de 2017

NOTA DE FALECIMENTO

Maria Silvia Garcia de Alcaraz Reale Ferrari gostava de dizer que não era promotora de acusação, mas de justiça social. E foi com essa preocupação com a sociedade que levou a carreira no Ministério Público de São Paulo e também a vida pessoal.
De família de juristas –o pai é professor de direito, e a irmã mais velha é juíza–, passou no concurso para a promotoria em 1996.
Começou a trabalhar em cidades da Grande SP, como Embu das Artes e Jandira. "Antes da Lei de Responsabilidade Fiscal, ela já se preocupava com abusos de prefeitos", diz o marido, Eduardo Reale Ferrari, com quem estava havia duas décadas.
Em junho de 2000, por exemplo, a Folha noticiava seus esforços para reduzir, na Justiça, a remuneração do prefeito de Jandira, que ganhava à época R$ 24,5 mil, enquanto o prefeito de São Paulo recebia R$ 6 mil por mês.
Na capital, trabalhou na Escola Superior do Ministério Público, época em que foi mais realizada profissionalmente, conta Eduardo, porque reunia duas paixões: a promotoria e a educação.
Em casa, é lembrada como alegre e bem-humorada, além de muito dedicada aos filhos, Henrique e Luca.
"Eu brincava que, em toda decisão que ia tomar, precisava 'pedir vista' ao Ministério Público", diz Eduardo, que também é advogado.
Não resistiu a um câncer de mama, contra o qual lutou por quatro anos, e morreu na última sexta (31), aos 45 anos, deixando os pais, cinco irmãos, o marido e os filhos.
A missa de sétimo dia acontece nesta quinta (6), às 19h30, na igreja Assunção de Nossa Senhora, em São Paulo.
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