Maria Silvia Garcia de Alcaraz Reale Ferrari gostava de
dizer que não era promotora de acusação, mas de justiça social. E foi com essa
preocupação com a sociedade que levou a carreira no Ministério Público de São
Paulo e também a vida pessoal.
De família de juristas –o pai é professor de direito, e a
irmã mais velha é juíza–, passou no concurso para a promotoria em 1996.
Começou a trabalhar em cidades da Grande SP, como Embu das
Artes e Jandira. "Antes da Lei de Responsabilidade Fiscal, ela já se
preocupava com abusos de prefeitos", diz o marido, Eduardo Reale Ferrari,
com quem estava havia duas décadas.
Em junho de 2000, por exemplo, a Folha noticiava seus
esforços para reduzir, na Justiça, a remuneração do prefeito de Jandira, que
ganhava à época R$ 24,5 mil, enquanto o prefeito de São Paulo recebia R$ 6 mil
por mês.
Na capital, trabalhou na Escola Superior do Ministério
Público, época em que foi mais realizada profissionalmente, conta Eduardo,
porque reunia duas paixões: a promotoria e a educação.
Em casa, é lembrada como alegre e bem-humorada, além de
muito dedicada aos filhos, Henrique e Luca.
"Eu brincava que, em toda decisão que ia tomar,
precisava 'pedir vista' ao Ministério Público", diz Eduardo, que também é
advogado.
Não resistiu a um câncer de mama, contra o qual lutou por
quatro anos, e morreu na última sexta (31), aos 45 anos, deixando os pais,
cinco irmãos, o marido e os filhos.
A missa de sétimo dia acontece nesta quinta (6), às 19h30,
na igreja Assunção de Nossa Senhora, em São Paulo.
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