BRASÍLIA - Além do presidente Michel Temer e do senador
Aécio Neves, a delação da JBS envolve os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da
Silva e Dilma Rousseff , ministros da atual gestão e governadores de estado. No
caso dos ex-presidentes, o empresário Joesley Batista e o executivo Ricardo
Saud relataram pagamentos em contas no exterior tanto para Lula quanto para
Dilma. O saldo dessas contas em 2014 teria chegado a US$ 150 milhões.
O ex-ministro Guido Mantega seria o intermediário dos
pagamentos que eram devidos em razão de esquemas criminosos no BNDES e em
fundos de pensão. Em 2010, por intermédio do ex-ministro Antonio Palocci, teria
sido feito outro repasse de R$ 30 milhões para a campanha de Dilma.
O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), foi
acusado por Ricardo Saud. Segundo o relato, o peemedebista recebeu R$ 5 milhões
pela atuação em uma Medida Provisória que disciplinava créditos de PIS/Cofins.
No caso dos ministros do governo Temer, Gilberto Kassab foi
citado como beneficiário de propina por Wesley Batista, irmão de Joesley, e
também pelo executivo Ricardo Saud. Em relação a Marcos Pereira, Joesley
relatou aos investigadores ter pago propina em troca da aprovação de um
empréstimo de R$ 2,7 bilhões para a JBS pela Caixa Econômica.
GOVERNADORES
O governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja
(PSDB), é citado junto com seu antecessor, André Puccinelli (PMDB), como
beneficiário de pagamentos de R$ 150 milhões entre 2007 e 2016 como
contrapartida a benefícios fiscais recebidos pelo grupo empresarial. O governador
mineiro Fernando Pimentel (PT-MG), foi acusado de receber R$ 3,6 milhões no
período em que ocupou o ministério do Desenvolvimento na administração Dilma
Rousseff.
O governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria
(PSD-RN), é acusado de ter recebido junto com seu filho, o deputado Fábio Faria
(PSD-RN) um pagamento de R$ 5 milhões em propina em troca da privatização da
companhia de água e esgoto do estado.
No caso do governador catarinense, Raimundo Colombo
(PSD-SC), a acusação é de pagamento de R$ 10 milhões em troca de favorecimento
na licitação na companhia de água e esgoto do estado.
São citados como beneficiários os ex-governadores Cid Gomes
(PDT-CE), que teria recebido R$ 20 milhões em troca de liberação de créditos de
ICMS, Sérgio Cabral (PMDB-RJ), que teria recebido R$ 40 milhões em propina, e
Silval Barbosa (PMDB-MT), que recebeu pagamentos em troca de benefícios fiscais
à JBS.
SENADORES
Aparecem ainda na delação os senadores José Serra (PSDB-SP),
tendo recebido R$ 20 milhões a pretexto de campanha, e Marta Suplicy (PMDB-SP),
como beneficiária de R$ 1 milhão em 2010 e R$ 3 milhões em 2014.
Delator da Lava-Jato, Delcídio Amaral foi mencionado como
sido beneficiário de propina de R$ 5 milhões em troca de uma concessão, fato
que não consta de sua colaboração. Há relatos ainda de pagamentos para o
deputado João Bacelar (PR-BA) e para o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha
(PMDB-RJ).
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