sábado, 6 de maio de 2017

O GRANDE DUELO

Da VEJA
O ex-presidente Lula se sentará diante do juiz Sergio Moro nesta quarta-feira, às 14 horas, para prestar seu primeiro depoimento ao magistrado que virou herói nacional no comando da Lava-Jato. Lula chega alquebrado a esse momento crucial.
Há três semanas, o empreiteiro Léo Pinheiro, da OAS, disse que foi aconselhado por Lula a destruir provas da corrupção. Nesta sexta-feira, o ex-presidente recebeu outro petardo, talvez ainda mais potente.
Renato Duque, ex-diretor da Petrobras, disse que Lula o aconselhara a fechar sua conta secreta na Suíça, também com o objetivo de eliminar pistas da roubalheira. A própria soltura do ex-ministro José Dirceu, tão criticada nas redes sociais, é má notícia para Lula.
Dirceu deixou a prisão provisória rumo à liberdade provisória — pois voltará em breve para a cadeia, calcula sua defesa, assim que for condenado em segunda instância pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Portanto, o que pareceu a muitos uma derrota estrondosa para a Lava-Jato representa, na verdade, o seu fortalecimento. E uma Lava-Jato forte, higienizada de eventuais excessos e livre de acusações de desvio é tudo de que o ex-­presidente Lula não precisa.
Com tamanho bombardeio à sua volta, o ex-presidente vem planejando dar ao seu depoimento ares de lucha libre, aquela modalidade de disputa meio acrobática e meio circense celebrizada pelos mexicanos, em que os lutadores usam máscaras coloridas e fazem movimentos abusadamente cênicos.
Para completar o quadro, Lula aposta na saída de sempre: convocar as massas para o seu depoimento.
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