Da VEJA
O ex-presidente Lula se sentará diante do juiz Sergio Moro
nesta quarta-feira, às 14 horas, para prestar seu primeiro depoimento ao
magistrado que virou herói nacional no comando da Lava-Jato. Lula chega
alquebrado a esse momento crucial.
Há três semanas, o empreiteiro Léo Pinheiro, da OAS, disse
que foi aconselhado por Lula a destruir provas da corrupção. Nesta sexta-feira,
o ex-presidente recebeu outro petardo, talvez ainda mais potente.
Renato Duque, ex-diretor da Petrobras, disse que Lula o aconselhara
a fechar sua conta secreta na Suíça, também com o objetivo de eliminar pistas
da roubalheira. A própria soltura do ex-ministro José Dirceu, tão criticada nas
redes sociais, é má notícia para Lula.
Dirceu deixou a prisão provisória rumo à liberdade
provisória — pois voltará em breve para a cadeia, calcula sua defesa, assim que
for condenado em segunda instância pelos crimes de corrupção passiva, lavagem
de dinheiro e organização criminosa.
Portanto, o que pareceu a muitos uma derrota estrondosa para
a Lava-Jato representa, na verdade, o seu fortalecimento. E uma Lava-Jato
forte, higienizada de eventuais excessos e livre de acusações de desvio é tudo
de que o ex-presidente Lula não precisa.
Com tamanho bombardeio à sua volta, o ex-presidente vem planejando
dar ao seu depoimento ares de lucha libre, aquela modalidade de disputa meio
acrobática e meio circense celebrizada pelos mexicanos, em que os lutadores
usam máscaras coloridas e fazem movimentos abusadamente cênicos.
Para completar o quadro, Lula aposta na saída de sempre:
convocar as massas para o seu depoimento.
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