Da ÉPOCA
Eram 13h59 da quarta-feira, dia 12 de julho, quando o juiz
Sergio Moro, da Justiça Federal do Paraná, publicou sua histórica decisão.
Nunca antes no Brasil um presidente ou ex-presidente da República havia sido
condenado criminalmente. Luiz Inácio Lula da Silva foi o primeiro. Lula foi
considerado culpado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Condenado a nove anos e seis meses de prisão. A admirável
trajetória do sindicalista nordestino eleito presidente e líder da esquerda
latino-americana ganha um novo e simbólico capítulo: a de primeiro
ex-presidente condenado por corrupção. (Enquanto, infeliz coincidência para o
Brasil, o primeiro presidente denunciado por corrupção está no Palácio do
Planalto.)
A sentença de Moro é no caso do tríplex de Guarujá. O juiz
concluiu que o apartamento e as obras de personalização do imóvel foram dados
pela empreiteira OAS como propina. Em troca, a construtora fechou contratos
bilionários com a Petrobras. Ao apresentar sua decisão, Moro mostrou-se ciente
da dimensão histórica de seu juízo.
Ponderou sobre o
tamanho da figura de Lula. Sobre a gravidade de condenar um ex-presidente. Mas
sopesou que, envolvendo o crime do tríplex, está o esquema maior, o escândalo
de corrupção que sangrou a Petrobras em R$ 6 bilhões.
“Prevalece, enfim, o ditado ‘não importa o quão alto você
esteja, a lei ainda está acima de você’”, escreve Moro. Lula voou alto. A lei o
alcançou.
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