Durante mais de dez anos, Lilia Moritz Schwarcz mergulhou na
obra de Afonso Henriques de Lima Barreto, com seu afiado olhar de antropóloga e
historiadora, para realizar um perfil biográfico que abrangesse o corpo, a alma
e os livros do escritor de Todos os Santos.
Esta, que é a mais completa biografia de Lima Barreto desde
o trabalho pioneiro de Francisco de Assis Barbosa, lançado em 1952, resulta da
apaixonada intimidade de Schwarcz com o criador de Policarpo Quaresma - e de um
olhar aguçado que busca compreender a trajetória do biografado a partir da
questão racial, ainda pouco discutida nos trabalhos sobre sua vida.
Abarcando a íntegra dos livros e publicações na imprensa,
além dos diários e de outros papéis pessoais de Lima Barreto, muitos deles
inéditos, a autora equilibra o rigor interpretativo demonstrado em Brasil: Uma
biografia e As barbas do imperador com uma rara sensibilidade para as sutilezas
que temperam as relações entre contexto biográfico e criação literária.
Escritor militante, como ele mesmo se definia, Lima Barreto
professou ideias políticas e sociais à frente de seu tempo, com críticas
contundentes ao racismo (que sentiu na própria pele) e outras mazelas crônicas
da sociedade brasileira.
Generosamente ilustrado com fotografias, manuscritos e
outros documentos originais, Lima Barreto: Triste visionário presta um tributo
essencial a um dos maiores prosadores da língua portuguesa de todos os tempos,
ainda moderno quase um século depois de seu triste fim na pobreza, na doença e
no esquecimento.
Sinopse do livro Lima Barreto: triste visionário, via
biblioteca da Folha.
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