A Polícia Federal prendeu o ex-ministro Geddel Vieira Lima
(PMDB), que deixou sua residência em Salvador cobrindo o rosto com uma pasta. O
ex-ministro estava em prisão domiciliar.
O pedido de prisão foi feito após a descoberta de um
"bunker" vinculado ao ex-ministro no qual foram encontrados R$ 51
milhões em malas e caixas.
Ele está sendo levado para o aeroporto e viajará para
Brasília. Geddel deve ir inicialmente para a carceragem da PF e depois pode ser
transferido para o presídio da Papuda.
Pessoas que passavam pelo local aplaudiram e buzinaram
quando a PF deixou a garagem com o ex-ministro no banco de trás.
A PF chegou ao prédio de Geddel, em Salvador, no bairro
Jardim Apipema, por volta de 5h40, em dois carros.
Um vendedor ambulante foi escolhido para subir ao
apartamento do ex-ministro como testemunha.
Houve busca e apreensão na casa da mãe de Geddel, que mora
no mesmo prédio do filho. Por esse motivo, a PF demorou cerca de uma hora
dentro do edifício.
A decisão que a polícia está em mãos é da 10ª Vara Federal
de Brasília, mas ainda está em sigilo.
DEFESA
Em nota, o advogado de Geddel, Gamil Föppel, diz que:
"A defesa técnica de Geddel Vieira Lima informa que somente se manifestará
quando, finalmente, lhe for franqueado acesso aos autos, especialmente aos
documentos que são mencionados no decreto prisional. Pesa dizer que o direito
de defesa e, especialmente, as prerrogativas da advocacia, conferidas por lei,
sejam tão reiteradamente desrespeitadas, impedindo-se o acesso a elementos de
prova, já documentados nos autos."
Além do ex-ministro, foi preso Gustavo Ferraz, ex-assessor
de Geddel, também do PMDB, e até então diretor da Defesa Civil de Salvador. A
Prefeitura de Salvador exonerou Ferraz na manhã desta sexta, horas depois da
sua prisão.
Em nota, a prefeitura informou que "não compactua com
nenhum ato ilícito" e que "qualquer servidor municipal envolvido em
questões dessa natureza terá que responder na Justiça".
Segundo justificativa do pedido de prisão, o objetivo é
evitar "a destruição de provas imprescindíveis à elucidação dos
fatos".
Três mandados de busca e apreensão também foram cumpridos.
'BUNKER'
O pedido (feito pela PF e endossado pelo Ministério Público
Federal) acontece após a PF ter encontrado na terça (5) R$ 51 milhões em
espécie escondidos em caixas e malas em um "bunker" ligado ao
peemedebista, também em Salvador.
Foram encontradas digitais do ex-ministro e de Ferraz no
local.
Geddel cumpria prisão domiciliar desde o dia 12 de julho.
Ele foi preso no dia 3 de julho, acusado de tentativa de obstrução de Justiça,
e depois conseguiu habeas corpus.
A operação que encontrou as malas de dinheiro foi batizada
de Tesouro Perdido e é um desdobramento de outra investigação, sobre fraudes em
liberações de empréstimos na Caixa, a Cui Bono –que já está na quarta fase.
CUI BONO
A operação apura a atuação de Geddel e outras pessoas na
manipulação de créditos e recursos realizada em duas áreas da Caixa Econômica
Federal.
O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e o corretor de
valores Lúcio Funaro são também alvos da investigação, que começou no ano
passado.
Geddel é acusado de ter recebido R$ 20 milhões de propina em
troca de aprovação de empréstimos no banco ou de liberação de créditos do
FI-FGTS para beneficiar empresas.
EMPRESA ESPECIAL
Veja o vídeo divulgado pela PF da contagem do dinheiro
encontrado na terça (5) em "bunker" atribuído a Geddel. O volume
apreendido foi tamanho que uma empresa com "expertise" no assunto foi
chamada para contar cada nota dos R$ 51 milhões.
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