Ministério Público Federal denunciou, mais uma vez, o
ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral. A 21ª denúncia oferecida pelo
MPF é um desdobramento das operações Calicute, Eficiência e Mascate, que tem o
crime de lavagem de dinheiro como foco da investigação.
Na nova denúncia, Cabral é apontado novamente como líder de
uma organização criminosa com divisão de tarefas em quatro núcleos básicos: núcleo
econômico, formado por executivos das empreiteiras cartelizadas contratadas
para a execução de obras do estado; núcleo administrativo, formado por gestores
públicos do Rio de Janeiro; núcleo financeiro operacional, composto por
responsáveis pelo recebimento e repasse de propina; e o núcleo político,
formado pelo próprio Sérgio Cabral.
Além do ex-governador, outras seis pessoas também foram
denunciadas pelo MPF, são elas: Ary Ferreira da Costa Filho, Sérgio Castro de
Oliveira, Gladys Silva Falci de Castro Oliveira, Sonia Ferreira Batista, Jaime
Luiz Martons e João do Carmo Monteiro Martins.
De acordo com a denúncia, foram cometidos mais de 200 atos
de lavagem de dinheiro pelos denunciados, sendo eles:
165 atos de lavagem de dinheiro com a transferência, em 165
oportunidades distintas, no período 10 de outubro de 2007 a 22 de agosto de
2014, de R$ 6.858.692,06 de contas em nome de empresas do Grupo Dirija para
contas em nome da empresa Gralc Consultoria (LRG Agropecuária);
39 atos de lavagem de dinheiro com a transferência, em 39
oportunidades distintas, no período de 30 de dezembro de 2009 a 02 de maio de
2011, de R$ 1.074.582,50 de contas em nome de empresas do Grupo Dirija para
contas em nome da empresa Falci Castro Advogados e Concultoria;
8 atos de lavagem de dinheiro com a transferência, em 8
oportunidades distintas, no período de 30 de setembro de 2013 a 22 de agosto de
2014, de R$ 157.540,00 de contas em nome de empresas do Grupo Dirija para
contas em nome da empresa SFB Apoio Administrativo;
Um ato de lavagem de dinheiro com a venda pela empresa Gran
Barra Empreendiments e Participações S/A para Ary Filho, mantendo-se o
mencionado bem em nome da empresa Gran Barra.
Essa é a segunda denúncia oferecida pelo Ministério Público
Federal contra Sérgio Cabral este ano. No dia 4 de janeiro, o ex-governador foi
denunciado por corrupção passiva. A investigação apontou para supostos crimes
de corrupção em pagamentos de propina da Construtora Oriente, por intermédio do
coordenador Alex Sardinha e do diretor Geraldo André de Miranda Santos. Os dois
também foram denunciados.
Volta a presídio em Benfica negada
Nesta terça (30), o vice-presidente do Superior Tribunal de
Justiça (STJ), ministro Humberto Martins, negou pedido do ex-governador para
voltar ao presídio de Benfica, no Rio de Janeiro. No último dia 18, o juiz
Sérgio Moro, de Curitiba, e a juíza Caroline Vieira Figueiredo, substituta de
Marcelo Bretas durante suas férias no Rio, concordaram com o pedido do
Ministério Público Federal e determinaram a transferência de Sérgio Cabral para
um presídio no Paraná.
O pedido dos procuradores foi feito com base em investigação
do Ministério Público Estadual, que aponta supostas regalias tanto na
penitenciária de Bangu, onde esteve detido anteriormente, quanto na de Benfica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário