Barbara Bush, ex-primeira-dama dos Estados Unidos, morreu
nesta terça-feira (17), aos 92 anos, informou a família. Os detalhes de funeral
ainda serão anunciados.
"A ex-primeira-dama dos Estados Unidos da América e
incansável defensora da alfabetização Barbara Pierce Bush morreu aos 92 anos
nesta terça-feira, 17. Ela deixa seu marido George H. W. Bush, com quem foi casada
por 73 anos, seus cinco filhos e companheiros, 17 netos, sete bisnetos e seu
irmão Scott Pierce", diz o comunicado.
Com a saúde frágil após uma série de internações, Barbara
Bush decidiu não buscar mais tratamentos médicos, conforme anunciou um porta-voz
da família no último domingo (15).
Trump e ex-presidentes lamentam
O atual presidente dos EUA lamentou a morte da ex-primeira
dama em um comunicado divulgado em seu Twitter: "Eu e Melania Trump nos
juntamos à nação para celebrar a vida de Barbara Bush. Como esposa, mãe, avó,
esposa de um militar e ex-primeira dama, a Sra. Bush era uma advogada pela
família americana. Entre uma das suas maiores conquistas foi reconhecer a
importância da alfabetização como um valor familiar. Ela será lembrada por sua
forte devoção ao país e à família, ambos a quem serviu muito bem".
O ex-presidente Bill Clinton também falou sobre Barbara:
"Uma mulher notável. Ela tinha coragem e graça, cérebro e beleza. Ela era
feroz e resoluta em apoio de sua família e amigos, seu país e suas causas. Ela
nos mostrou como é uma vida honesta, vibrante e plena. Hillary e eu lamentamos
sua morte e abençoamos sua memória".
Esforços de alfabetização
A Fundação Barbara Bush para Alfabetização Familiar começou
durante seus anos na Casa Branca com o objetivo de melhorar a vida dos
americanos menos privilegiados, ampliando a alfabetização de pais e filhos.
A fundação faz parcerias com programas locais e, em 2014,
concedeu mais de US$ 40 milhões em para criar ou expandir mais de 1.500 programas
de alfabetização em todo o país.
“Eu ainda sinto que sermos mais alfabetizados irá nos ajudar
a resolver muitos dos outros problemas enfrentados por nossa sociedade”,
escreveu ela em sua biografia de 1994.
História
Barbara Bush é a segunda mulher na história dos EUA a ser
esposa e também mãe de um presidente.
Seu marido, George H. W. Bush, foi o 41º presidente do país,
enquanto seu filho George W. Bush, um dos seis filhos do casal, foi o 43º.
Abigail Adams foi a mulher do segundo presidente dos EUA, John
Adams, e mãe do sexto presidente do país, John Quincy Adams.
O cabelo branco
O cabelo castanho de Barbara Bush começou a ficar grisalho
nos anos 1950, quando sua filha de então 3 anos, Pauline, chamada pela família
de Robin, foi submetida a um tratamento contra a leucemia. Ela morreu em
outubro de 1953.
Barbara Bush recusou-se a tingir o cabelo, que acabou
ficando branco. Mais tarde ela disse que cabelos tingidos não lhe caíam bem e
atribuiu à cor a imagem que tinha perante o público, de "avó de todo
mundo”.
Seu filho George disse que uma “das maiores conquistas” de
seu pai, que gostava de inventar apelidos para amigos e parentes, foi chamar
Barbara de “a raposa prateada”.
Colar de pérolas
O colar de pérolas falsas com três voltas de Barbara Bush se
tornou uma tendência nacional depois que ela o usou na posse de seu marido, em
1989. As pérolas se tornaram um sinônimo de Bush, que mais tarde disse que as
escolheu para esconder as rugas em seu pescoço.
A sincera confissão apenas impulsionou sua imagem pública de
senso comum e pé no chão. Uma versão do colar, “o famoso três voltas, atado à
mão com fecho dourado”, ficou disponível por US$ 125 na George Bush
Presidential Library and Museum na Texas A&M University.
A personalidade
George W. Bush ressaltou, em seu livro pós-presidencial
“Decision Points”, que herdou de sua mãe uma personalidade rápida e
contundente.
A mulher dele, Laura, disse que sua sogra “conseguiu
insultar quase todos os meus amigos com um outro comentário amargo
perfeitamente cronometrado”.
Barbara Bush manteve seu sarcasmo disfarçado em público,
embora um deslize notório tenha acontecido em 1984, quando seu marido estava
concorrendo à reeleição como vice-presidente na chapa de Ronald Reagan.
Seus oponentes democratas, Walter Mondale e Geraldine
Ferraro, questionaram se pessoas ricas como os Bush conseguiam se identificar
com os americanos comuns. Uma Barbara Bush irritada disse a um repórter que
Ferraro era uma “'não posso falar' de US$ 4 milhões – mas rima com rica (rich,
em inglês)”. Bush, mais tarde, disse que quis dizer “witch” (bruxa) e se
desculpou; Ferraro aceitou as desculpas.
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