A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quarta-feira
(12/9) a Operação Vostok, que combate um esquema de pagamento de propina a
representantes do Tribunal de Contas do Mato Grosso do Sul, e do Executivo e
Legislativo local. Um dos alvos dos mandados de busca e apreensão é o
governador do estado, Reinaldo Azambuja (PSDB).
Ao todo, são 41 mandados de busca e apreensão e 14 de prisão
temporária. A ação foi autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). São
alvos da medida as residências e locais de trabalho dos investigados.
As investigações começaram no início deste ano, após acordo
de colaboração premiada com executivos de empresas do ramo frigorífico. De
acordo com a PF, a delação apresentou um esquema junto ao governo do Estado
para obtenção de benefícios fiscais em troca de propina.
A suspeita é que 30% do total de créditos tributários
obtidos pela empresa era revertido para a organização criminosa. Foram encontrados cópias das notas fiscais
falsas usadas para esses pagamentos e os comprovantes de transferências
bancárias.
Ainda de acordo com a PF, parte da vantagem acertada teria
sido antecipada por meio de doação eleitoral oficial para as eleições de 2014 —
quando ainda era permitido que empresas fizessem repasse a candidatos. Outro
parte do dinheiro, porém, ocorria mediante entrega de valores em espécie.
A corporação estima que, em razão dos acordos de benefícios
fiscais concedidos pelo governo estadual, somente nos dois primeiros anos da
gestão atual, a empresa frigorífica teria deixado de recolher aos cofres
públicos um montante de mais de R$ 200 milhões.
O nome VOSTOK faz alusão a uma estação de pesquisa russa
localizada na Antártida onde já foi registrada uma das menores temperaturas da
Terra. A nomenclatura faz referência às notas fiscais frias utilizadas para a
dissimulação dos pagamentos.
Reeleição
O governador Reinaldo Azambuja lidera as pesquisas de
intenção de voto no estado. Ele é candidato a reeleição. Segundo o Ibope,
Azambuja tem 39%, seguido por Juiz Odilon (PDT), com 24%.
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