Queime depois de ver Com ataques a militares e à
nova política, o vídeo
postado e depois apagado do canal de Jair Bolsonaro no YouTube deve
não só elevar a tensão entre membros das Forças e olavistas como também ampliar
a pressão para limitar o acesso de Carlos, o 02, às redes do pai. O filme, que
registra falas de Olavo de Carvalho, também pode inflamar a já insatisfeita
bancada do PSL. Ele foi publicado na página de Bolsonaro sábado (20), divulgado
por Carlos na manhã deste domingo (21) e deletado às 18h30.
Rastros A peça foi postada por Carlos Bolsonaro
às 10h40. Por volta das 23h, quando o filme havia virado notícia, o filho do
presidente escreveu que iniciaria nova fase, “longe de todos que de perto nada
fazem a não ser para si mesmos”. “Quem sou eu neste monte de gente estrelada?”,
indagou.
Assista ao vídeo que foi deletado do canal de Bolsonaro:
Só Deus sabe Os militares evitam
repercutir as ofensas de Olavo de Carvalho publicamente, mas
reconhecem que não sabem “onde ele quer chegar com esse tipo de coisa”.
Palavras ao vento “Com sua mente brilhante e
festejada, ele nunca fez nada além de proselitismo. Continuamos aguardando o
que [Olavo] vai produzir de concreto pelo Brasil”, disse um general.
Apertou sem querer O fato de o canal do próprio
presidente ter sido usado para veicular o filme foi poupado de críticas. O
gesto foi relevado sob o discurso de que Bolsonaro nem sempre concorda com o
que sai em suas contas. Recentemente, ele disse ter 100% de responsabilidade
sobre o que é divulgado.
Língua afiada No filme, Olavo diz que a última
contribuição das escolas militares foram as obras de Euclides da Cunha. “Desde
então, foi só cabelo pintado e voz empostada”. Ele diz ainda que “os milicos”
só fizeram “cagada” e entregaram “o país aos comunistas”.
Memória curta O escritor avalia que os que ascenderam
com Bolsonaro “largaram o povão”. “Todos querem entrar na elite, não derrubar a
elite. Tudo o que querem é ficar em Brasília, brilhar e embolsar o dinheiro do
governo”.
Melhor rever Autor de requerimento que pede acesso
aos estudos que sustentam a reforma da Previdência, o senador José
Serra (PSDB-SP) diz que “decretar o sigilo só faz aumentar o empenho da mídia
em obter as informações, valorizar os vazamentos e maximizar eventuais
interpretações distorcidas”.
Ajude a ajudar “O melhor para o próprio governo seria
abrir todos os cálculos e pareceres que embasaram sua proposta. Daria mais
argumentos aos que defendem a reforma”, conclui. A revelação de que os dados
estão sob sigilo foi feita pela Folha neste domingo
(21).
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