segunda-feira, 22 de abril de 2019

VÍDEO APAGADO

Da coluna Painel, Folha de S.Paulo

Queime depois de ver Com ataques a militares e à nova política, o vídeo postado e depois apagado do canal de Jair Bolsonaro no YouTube deve não só elevar a tensão entre membros das Forças e olavistas como também ampliar a pressão para limitar o acesso de Carlos, o 02, às redes do pai. O filme, que registra falas de Olavo de Carvalho, também pode inflamar a já insatisfeita bancada do PSL. Ele foi publicado na página de Bolsonaro sábado (20), divulgado por Carlos na manhã deste domingo (21) e deletado às 18h30.
Rastros A peça foi postada por Carlos Bolsonaro às 10h40. Por volta das 23h, quando o filme havia virado notícia, o filho do presidente escreveu que iniciaria nova fase, “longe de todos que de perto nada fazem a não ser para si mesmos”. “Quem sou eu neste monte de gente estrelada?”, indagou.
Assista ao vídeo que foi deletado do canal de Bolsonaro:
Só Deus sabe Os militares evitam repercutir as ofensas de Olavo de Carvalho publicamente, mas reconhecem que não sabem “onde ele quer chegar com esse tipo de coisa”.
Palavras ao vento “Com sua mente brilhante e festejada, ele nunca fez nada além de proselitismo. Continuamos aguardando o que [Olavo] vai produzir de concreto pelo Brasil”, disse um general.
Apertou sem querer O fato de o canal do próprio presidente ter sido usado para veicular o filme foi poupado de críticas. O gesto foi relevado sob o discurso de que Bolsonaro nem sempre concorda com o que sai em suas contas. Recentemente, ele disse ter 100% de responsabilidade sobre o que é divulgado. 
Língua afiada No filme, Olavo diz que a última contribuição das escolas militares foram as obras de Euclides da Cunha. “Desde então, foi só cabelo pintado e voz empostada”. Ele diz ainda que “os milicos” só fizeram “cagada” e entregaram “o país aos comunistas”.
Memória curta O escritor avalia que os que ascenderam com Bolsonaro “largaram o povão”. “Todos querem entrar na elite, não derrubar a elite. Tudo o que querem é ficar em Brasília, brilhar e embolsar o dinheiro do governo”.
Melhor rever Autor de requerimento que pede acesso aos estudos que sustentam a reforma da Previdência, o senador José Serra (PSDB-SP) diz que “decretar o sigilo só faz aumentar o empenho da mídia em obter as informações, valorizar os vazamentos e maximizar eventuais interpretações distorcidas”.
Ajude a ajudar “O melhor para o próprio governo seria abrir todos os cálculos e pareceres que embasaram sua proposta. Daria mais argumentos aos que defendem a reforma”, conclui. A revelação de que os dados estão sob sigilo foi feita pela Folha neste domingo (21).
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