O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, faz gesto de armas
com as mãos na formatura de oficiais da Escola de Especialistas em Aeronáutica
de Guaratinguetá - 30/11/2018 (Paulo Whitaker/Reuters)
O assombroso é que Jair Bolsonaro, o capitão expulso do
Exército por indisciplina, nem se esforça para disfarçar sua má índole. Ele é
mau e gosta de ser. Podendo apenas criticar um adversário, ataca para
destruí-lo. Vale-se de todos os meios, lícitos ou não, para alcançar o que
quer. E depois celebra sem pudor o que conseguiu.
Não tem a menor empatia. Não consegue se pôr no lugar do
outro. Não liga para sentimentos, a não ser os seus. Não reconhece limites. Não
admite erros. Só pede desculpas, quando o faz, se isso lhe render vantagens
imediatas. Põe a família – a dele – acima de tudo. E o enriquecimento dela é o
que importa. Que mau sujeito!
Até chegar por acidente onde chegou, somente ele e seus
parentes amargavam as consequências perversas dos seus defeitos. Desde então
quem as suporta é o país. Está se tornando rapidamente um perigo para as
instituições que jamais prezou, que enxerga como obstáculos à sua vontade. Se
elas vacilarem ele as esmagará.
Tratar um presidente desvairado e nada confiável com
reverência ou brandura servirá para que ele possa ir muito além dos seus
poderes. Pobre de um país onde escasseiam as vozes de referência, abundantes no
passado. Ou onde elas se calam por conveniência ou por medo. Se um dia
resolverem falar poderá ser muito tarde.
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