Diário da Crise XCIX
Saiu na Folha de São Paulo matéria que confirma minhas
suspeitas: as Forças Armadas foram à Amazônia para atrapalhar a fiscalização do
Ibama.
A operação militar chamada GLO (Garantia da Lei e da Ordem)
consome R$ 60 milhões de reais por mês e tem dupla finalidade: a de enganar os
estrangeiros sobre combate ao desmatamento e, ao mesmo tempo, facilitar a
destruição da floresta.
Os próprios fiscais do IBAMA, com anos de experiência na
região, contam como foram desalojados das operações e como foram sabotados nas
suas atividades normais.
O Congresso está em quarentena mas precisa, urgentemente, se
dá conta do que acontece. O General Mourão precisa ser chamado para explicar
essas operações e ser confrontado com os depoimentos dos fiscais do IBAMA.
Aliás, alguns já foram demitidos simplesmente por aplicar a
lei que determina a destruição de equipamentos clandestinos na floresta.
É uma ilusão o governo pensar que vai enganar a opinião pública
internacional e sobretudo os investidores internacionais que ameaçam abandonar
o país por causa do desmatamento. Recentemente a carta de 29 fundos de pensão,
que movimentam bilhões de dólares, foi uma espécie de sinal amarelo.
O sinal vermelho virá com os dados reais sobre o
desmatamento da floresta. No primeiro mês de atuação dos militares foram
desmatados 829,9km2, um recorde.
É duro constatar que as Forças Armadas brasileiras
contribuem para a destruição da floresta e se colocam contra as aspirações da
humanidade em preservar essa riqueza natural.
A esperança é movimentar todos os setores possíveis e, quem sabe, convencer os militares do erro de sua política na Amazônia. É muito provável que a maioria deles não tenha conhecimento dessa barbaridade.
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